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MFW: Ferragamo, Diesel e Bottega Veneta

Ferragamo explora o Balletcore, Diesel critica o desperdício e Bottega inspirada na infância nos últimos dias de MFW
Ferragamo primavera-verão 2025 ready-to-wear | (Foto: Getty Images)

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 O fim de semana marcou os dois últimos dias de desfiles presenciais na Milan Fashion Week (MFW). O sábado (21) teve passarelas de mais destaque, como Ferragamo, Dolce&Gabbana, The Attico, Diesel e Bottega Veneta. A Semana de Moda de Milão terminou nessa segunda-feira (23), com desfiles exclusivamente digitais.

A seguir, saiba mais sobre os desfiles do fim de semana da MFW!

Na Ferragamo, o diretor criativo Maximilian Davis explorou a relação do balé com a marca na nova coleção. Entre collants e meias-calças, a primavera-verão 2025 ready-to-wear da Ferragamo também contou com trench coats utilitários, vestidos balonê, alfaiataria larga, paetês, jeans desfiados e formas orgânicas.

Um momento íntimo travado entre Salvatore Ferragamo e a dançarina e antropóloga Katherine Dunham; Rudolf Nureyev usando sapatos de bailarina Ferragamo feitos sob medida na década de 1980. Um sapato sendo meticulosamente ajustado a uma mulher negra em Florença de meados do século; a sexualidade liberada de um ícone radical. Instantâneos no tempo, agora destilados em sua essência. Liberdade expressa através de um guarda-roupa“, dizem as notas da marca.

A primavera-verão 2025 de Ferragamo divide-se entre tons neutros, como marrom, preto, branco, cinza, tons rosados tão comuns no universo do balé, e tons vivos como laranja, vermelho azul, além de estampas esverdeadas. Os materiais variam entre algodão, cashmere, couro, camurça, denim e nylon.

No desfile primavera-verão 2025 ready-to-wear da Diesel na MFW, a elevação do denim foi um dos principais focos. Peças como microshorts jeans e slip dress de chambray foram bordados com franjas, além de jaquetas de couro que parecem denim, combinadas com jeans desgastados. A coleção também trouxe moletons, minivestidos e regatas de algodão com decotes destroyed, criados com uma técnica de devoré, queimando o algodão até revelar o tule por baixo.

A alfaiataria foi outro destaque, construído com jacquard de tear duplo. Além do jeans, regatas e vestidos de mangas longas foram estampados com o tradicional xadrez Príncipe de Gales, e peças em PVC, como biquínis, vestidos e ternos, ganharam longas franjas.

Um casaco foi feito inteiramente de fios de jeans reciclados, evidenciando o tema de desperdício no desfile. As inovações com o denim continuaram com o uso de técnicas de sobretingimento e jeans reciclado de 100% algodão, reaproveitado da própria produção da Diesel. As peças também receberam acabamentos desgastados e em relevo.

O desfile da Bottega Veneta foi um dos últimos em destaque na MFW. Matthieu Blazy inspirou-se na infância como um espaço de liberdade e imaginação, onde tudo é possível e as convenções são deixadas de lado.

Quando criança, há a aventura do dia a dia – há uma sensação de que tudo pode acontecer, não importa o quão fantástico seja e não estamos tão presos a expectativas e convenções regulares. A porta está aberta para a possibilidade de realidades estranhas e maravilhas, cenários impossíveis que banem a desilusão. Trata-se do poder da sinceridade sobre a estratégia”, afirma Blazy.

A coleção é rica em experimentação com materiais e formas, onde o couro é transformado em vestidos fluidos e o grunge é reinterpretado com alta alfaiataria. As proporções são exageradas e desproporcionadas, refletindo a ideia de “brincar de se vestir”. Blazy também utiliza animais, como rãs e coelhos, como símbolos de transformação e renascimento, incorporando-os de maneira lúdica nas peças e acessórios.

Acessórios simples, como sacolas de supermercado, tornam-se itens preciosos, enquanto o rosa infantil se transforma em bolsas-desejo. Blazy questiona: “Podemos encontrar poder na doçura? A coragem do intrepidez pode colidir com a precisão rigorosa?”. Sua visão busca reconectar o público com o encanto principal da moda, enfatizando a descoberta e o poder do “uau!”.