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PCDF envia 15 policiais e 4 viaturas para auxiliar segurança no RS
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) enviou, nesta segunda-feira (20), 15 policiais e quatro viaturas para o Rio Grande do Sul. As equipes vão auxiliar as forças de segurança da região, já que o estado passa por um momento sensível com a redução das enchentes.
Segundo o boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, divulgado mais cedo, 463 municípios seguem sendo afetados e 581 mil pessoas estão desalojadas, enquanto 88 estão desaparecidas.
Após a terceira semana pós-enchente, diversos setores que abriram suas portas para acolher os desabrigados no Rio Grande do Sul começam a desmobilizar os locais de acolhimento, visando retomar as atividades rotineiras. No entanto, a volta à normalidade não será uma tarefa fácil, uma vez que muitos perderam as casas e agora precisam lidar com todo o processo de limpeza da cidade e reconstrução.
As escolas que serviram como abrigo agora enfrentam a pressão dos pais para que os acolhidos sejam direcionados para novos locais. Essa situação tem gerado uma mobilização para realocar as famílias que ainda não têm para onde ir.
Enquanto algumas escolas particulares em Porto Alegre retomam suas atividades desde a semana anterior, há também instituições de ensino superior que planejam continuar o período letivo, mesmo que de forma remota, nesta semana. A população, aproveitando o tempo seco, tem se empenhado em esforços de limpeza e reorganização dos locais atingidos pelas enchentes.
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Tocaias, grampo ilegal e chantagem: ex-chefe da PCDF vira réu por perseguir a ex
Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
O ex-diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, o delegado Robson Cândido, virou réu nesta sexta-feira, 17, por suspeita de perseguir a ex. Ele vai responder pelos crimes de stalking, violência psicológica e outros quatro delitos relacionados ao uso indevido do cargo para conseguir informações sobre a ex.
Cândido foi preso preventivamente no dia 4 de novembro na Operação Vigia. A preventiva foi mantida pelo juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Águas Claras, que recebeu a denúncia Ele deu dez dias para as defesas enviarem seus argumentos.
Veja todos os crimes imputados ao ex-diretor da Polícia Civil do DF:
– Stalking;
– Violência psicológica;
– Interceptação telemática sem autorização judicial e com objetivos não autorizados em lei;
– Corrupção passiva privilegiada;
– Peculato;
– Violação de sigilo funcional qualificado.
Além do ex-diretor da Polícia Civil, o delegado Thiago Peralva Barbirato França, da 19.ª Delegacia de Polícia, em Ceilância, também foi denunciado. Ele é acusado de ter ajudado o chefe a grampear clandestinamente o celular da ex para ter acesso a ligações, mensagens e localização em tempo real.
‘predador’
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público do Distrito Federal na terça-feira. Os promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirmam que Roberto Cândido não aceitava o fim do relacionamento e ameaçou, constrangeu, humilhou e chantageou a ex para tentar retomar a relação.
O relacionamento durou de janeiro de 2022 a agosto de 2023. Segundo o Ministério Público, era marcado por episódios de controle e manipulação e comportamentos “possessivos e ciumentos”.
“Robson agiu como um predador da mulher que não mais pretendia manter com ele qualquer relação ou contato. Mesmo contra a expressa vontade da vítima, ele insistiu, de forma continuada, em se fazer presente, ameaçando-lhe a integridade psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção e invadindo sua esfera de liberdade”, afirma o Ministério Público.
A mulher narrou que, desde o início do relacionamento, o delegado lia suas mensagens no WhatsApp e chegou a dar de presente um celular novo para ter acesso à localização dela em tempo real.
Ela foi diagnosticada, em laudo psiquiátrico, com quadro de angústia, medo, ansiedade excessiva, insônia, crises de choro e fragilidade.
Tocaia em casa
Provas reunidas na investigação apontam que Cândido fazia campana no endereço da ex e chegou a invadir, em mais de uma ocasião, o condomínio. O delegado pulava o muro e cercava a casa, segundo o inquérito. A denúncia narra que, em uma das vezes, ele esmurrou e quebrou uma janela de vidro. A mulher decidiu se mudar após o episódio.
“Típica atitude de um perseguidor de tocaia aguardando para se acercar da sua vítima e constrangê-la a conversar, a acompanhá-lo ou realizar qualquer outra interação”, diz a denúncia.
Perseguição no trânsito
A investigação também aponta que o delegado usou o banco de dados do Detran do Distrito Federal para ter acesso à localização do carro da ex e persegui-la no trânsito.
Em dos episódios, gravado pela mulher, Cândido aproveita o semáforo vermelho, desce do próprio carro, caminha em direção ao veículo dela e tenta abrir a porta.
Os investigadores cruzaram as placas e descobriram que, além de viaturas oficiais, ele também usou veículos da frota descaracterizada da Polícia Civil para seguir a ex.
Mensagens e ligações
Após o fim do relacionamento, o ex-diretor da Polícia Civil do DF passou a enviar mensagens no WhatsApp e e-mails e a fazer ligações insistentemente. Ele usava não só o próprio celular, mas números desconhecidos, alguns funcionais da corporação. Em um dia, a mulher chegou a receber mais de 50 ligações de Cândido
“A perseguição, mediante o uso de linhas corporativas da PCDF e de números desconhecidos e ocultos, tornou inócuo o bloqueio telefônico efetivado por Jéssica. Além da sensação de impotência, os contatos telefônicos realizados por números variados causaram perturbação, ofenderam sossego e paz e violaram a vontade da vítima de cessar o contato e terminar o relacionamento”, aponta o MP.
Chantagem e ‘extorsão sentimental’
A mulher é funcionária do setor de Recursos Humanos do Metrô do DF. O cargo é comissionado e, segundo o Ministério Público, o delegado teria influenciado para conseguir a indicação, mas após o fim do relacionamento teria passado a ameaçar pedir a exoneração da ex se eles não reatassem. A dispensa chegou a ser publicada no Diário Oficial, mas foi revogada na sequência.
Em mensagem obtida pelos investigadores, o delegado escreve: “Se você me deixar, tiro seu emprego e você vai ter que se prostituir.” O MP classifica a conduta como “extorsão sentimental”.
Cândido também chegou a persegui-la no trabalho, segundo a denúncia. Um funcionário acionou a segurança da empresa e o caso foi registrado internamente pela gerência de segurança operacional. O boletim afirma que o delegado “esbravejava” e “chegou a levantar a blusa”, o que para os promotores foi uma tentativa de ameaçar a mulher, mostrando a arma na cintura.
COM A PALAVRA, ROBERTO CÂNDIDO
Procurada pela reportagem, a defesa informou que, por ora, não vai comentar o caso.
COM A PALAVRA, THIAGO FRANÇA
Até a publicação deste texto, a reportagem buscou contato com a defesa do delegado, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestação.
MP denuncia Robson Cândido e delegado por stalking e grampo ilegal
A reportagem buscou contato com as defesas, mas não obteve resposta até o momento