Bia Haddad

Beatriz Haddad Maia começou o ano com uma preparação consistente visando Paris-2024

Bia Haddad, a estrela que esbanja simplicidade

Após a fácil vitória contra a sul-coreana Yeonwoo Ku, pelos playoffs da Billie Jean King Cup (BJK Cup), Beatriz Haddad Maia chega alguns minutos atrasada na coletiva de imprensa na Arena BRB. Misturando humildade e simplicidade, pede desculpas aos jornalistas que a aguardaram por poucos instantes. Cabelos ainda úmidos, short e rosto sem maquiagem, a tenista número 1 do Brasil e 11ª do mundo ainda não acha pertencer ao panteão das maiores tenistas do Brasil, encabeçado pela lenda Maria Esther Bueno.

“Eu não me coloco no patamar dela e do Guga (Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros). São personagens do tênis mundial e uma inspiração para a gente. Eu deixo mais para as pessoas curtirem e desfrutarem destas comparações. Eu mesma procuro ser apenas treinar e trabalhar para, quem sabe, ser uma Bia melhor. Eu trabalhei duro para estar aqui e talvez depois de me aposentar eu pense nestas comparações”, respondeu ao GPS Brasília.

Jogar a BJK Cup é uma alegria para a paulistana de 27 anos. “Ela merece o nome da competição, pelo que ela lutou e conquistou, junto a outras mulheres da época”, afirma, sem tirar o olho do futuro. “A gente ainda está lutando por prêmios iguais. Não queremos nada especial, só a igualdade. O que eu e outras tenistas queremos ter é um mundo mais igual também neste sentido”, acrescenta Bia Haddad.

Mas a BJK Cup traz também felicidade pelo reencontro com a torcida brasileira, o que não ocorria desde 2016. “Posso dizer que sou uma jogadora diferente daqueles tempos. Hoje, fiquei feliz pelos primeiros dois pontos da nossa equipe”, elenca, colocando o coletivo acima do individual.

Bia Haddad também destacou a recepção do público de Brasília. “Foi muito especial e falei isso desde o primeiro dia que treinei aqui. O tênis feminino está passando por um momento incrível. Recebi essa energia e percebi que ela me faz trabalhar mais duro para ajudar a organizar o tênis brasileiro, um esporte que transforma as pessoas e as educa”, completa.

Bia Haddad fez um primeiro set perfeito contra sul-coreana Yeonwoo Ku
Beatriz Haddad Maia fez um primeiro set perfeito contra sul-coreana Yeonwoo Ku. Foto: Luiz Candido/CBT

Sobre o confronto com a sul-coreana Yeonwoo Ku, pela BJK Cup, Bia Haddad classificou o jogo como duro, apesar de sua atuação firme. “Não importa o ranking, a jogadora e a cidade-sede. Quando a gente pisa na quadra é 50% a 50% de chances de ganhar. A expectativa era grande e fiquei satisfeita com minha postura, não com o nível de tênis”, contou, encontrando alguns erros em seu jogo desta sexta-feira (10).

Na última competição antes do fim da temporada, ela usou duas palavras para analisar o ano: resiliência e paciência, após enfrentar contusões e acidentes que a afastaram do Top-10. “A gente tem de focar no processo para que as coisas aconteçam”, disse, otimista, antevendo a próxima temporada. E 2024 será mais longo, por ser ano olímpico. A tenista brasileira disse ter dois objetivos. “O primeiro é ficar no top 10 e depois ir a Paris-24”, contou, revelando que a preparação não vai mudar. “Eu encaro com a mesma mentalidade e humildade”, concluiu Bia Haddad.