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Saúde e nutrição com Clayton Camargos: qual a bebida alcoólica menos prejudicial para sua saúde nas festas?

Embora o consumo excessivo de álcool seja prejudicial, algumas opções oferecem, em moderação, certos benefícios

As celebrações de fim de ano, especialmente Natal e Réveillon, são momentos marcados por encontros, brindes e muita alegria. Contudo, para aqueles que desejam equilibrar o prazer das festividades com o cuidado à saúde, a escolha da bebida alcoólica merece atenção especial. Embora o consumo excessivo de qualquer álcool seja prejudicial, algumas opções se destacam por oferecerem, em moderação, certos benefícios ou por causarem menos impacto negativo.

O Vinho Tinto: Um Brinde ao Resveratrol

Se existe um protagonista na lista das bebidas alcoólicas “menos prejudiciais”, esse é o vinho tinto. Rico em compostos fenólicos, como o resveratrol, ele tem sido amplamente estudado por seus potenciais benefícios cardiovasculares. Uma pesquisa publicada na revista Nature destacou que o consumo moderado de vinho tinto pode estar associado a uma redução do risco de doenças cardíacas, graças à sua capacidade de melhorar a função endotelial e reduzir a inflamação. Entretanto, o consumo diário recomendado não deve ultrapassar uma taça (cerca de 150 ml) para mulheres e duas para homens.

Espumantes e Champanhes: Elegância com Moderação

Símbolos incontestáveis do Réveillon, espumantes e champanhes são alternativas que, quando consumidos parcimoniosamente, apresentam baixo impacto calórico em comparação a coquetéis açucarados. Além disso, sua leveza e menor teor alcoólico por volume (geralmente entre 11% e 13%) podem ajudar a evitar excessos. No entanto, atenção ao consumo de versões doces ou com adição de xaropes, que elevam significativamente os níveis de açúcar.

Cerveja: O Equilíbrio na Simplicidade

A cerveja, especialmente as artesanais ou não pasteurizadas, pode conter traços de antioxidantes e vitaminas do complexo B provenientes dos cereais e do lúpulo. Estudos da American Heart Association sugerem que seu consumo equilibrado pode estar associado à melhora na densidade óssea e à redução do risco de doenças cardíacas. Contudo, a ingestão deve ser restrita a uma ou duas doses pequenas por dia, uma vez que a cerveja é mais calórica e pode contribuir para o ganho de peso.

Destilados: Um Aviso de Cautela

Bebidas como vodca, gim, uísque e tequila, apesar de mais “limpas” em termos de ingredientes, possuem um teor alcoólico muito mais elevado, o que aumenta o risco de intoxicação e sobrecarga no fígado. No entanto, se consumidos puros e em pequenas quantidades, sem adição de refrigerantes ou xaropes, podem ser escolhas melhores do que coquetéis ultraprocessados.

Moderação: O Verdadeiro Segredo da Saúde

Independentemente da escolha, a moderação é o pilar fundamental para aproveitar os brindes de fim de ano sem comprometer o bem-estar. É essencial lembrar que os benefícios associados a algumas bebidas, como o vinho tinto, não compensam os danos causados pelo consumo excessivo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que não existe um nível completamente seguro de ingestão de álcool, sendo sempre preferível evitar excessos.

Portanto, ao erguer sua taça nesta temporada de festas, escolha com sabedoria e aprecie a ocasião com comedimento. Afinal, o verdadeiro espírito das celebrações está na presença daqueles que amamos – e não na quantidade de álcool que bebemos.

Que este fim de ano seja repleto de momentos inesquecíveis – e de escolhas que celebrem a harmonia entre a saúde e o prazer. Tim tim!

Informação é prevenção. Você tem alguma dúvida sobre saúde, alimentação e nutrição? Envie um e-mail para dr.clayton@metafisicos.com.br e poderei responder sua pergunta futuramente. Nenhum conteúdo desta coluna, independentemente da data, deve ser usado como substituto de uma consulta com um profissional de saúde qualificado e devidamente registrado no seu Conselho de Categoria correspondente.

 

*Clayton Camargos é sanitarista pós graduado pela Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP/Fiocruz. Desde 2002, ex gerente da Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC) do Ministério da Saúde. Subsecretário de  Planejamento em Saúde (SUPLAN) da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Consultor técnico para Coordenação-Geral de Fomento à Pesquisa Em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde. Coordenador Nacional de Promoção da Saúde (COPROM) da Diretoria de Serviços (DISER) da Fundação de Seguridade Social. Docente das graduações de Medicina, Nutrição e Educação Física, e coordenador dos estágios supervisionados em nutrição clínica e em nutrição esportiva do Departamento de Nutrição, e diretor do curso sequencial de Vigilância Sanitária da Universidade Católica de Brasília (UCB). Atualmente é proprietário da clínica Metafísicos.

CRN-1 2970.

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