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Antonio Geraldo: Que tal priorizar o autocuidado em suas decisões de Ano Novo?

Muitas vezes, colocamos trabalho, família e outras questões em primeiro lugar e esquecemos de cuidar de nós mesmos

A chegada de um novo ano sempre nos inspira a refletir e traçar planos. É nesse momento que listamos sonhos e metas: realizar aquela viagem, alcançar um marco profissional, adotar novos aprendizados ou até transformar aspectos da nossa vida. Contudo, em meio a essas resoluções, a saúde mental muitas vezes é negligenciada. Por que não fazer dela uma prioridade neste novo ciclo que se inicia?

A verdadeira saúde transcende o físico; ela envolve também aspectos emocionais e sociais. Com a rotina acelerada e a sobrecarga das responsabilidades, é comum deixarmos o cuidado conosco para depois. Porém, o autocuidado é mais que um ato de atenção — é uma manifestação de respeito por si mesmo, um pacto de colocar sua saúde mental no
centro das suas prioridades.

Cuidar da mente é essencial para se viver plenamente. Incorporar o autocuidado como uma prática cotidiana pode transformar sua qualidade de vida. Pequenas ações, como manter uma alimentação balanceada, dedicar-se a atividades físicas, dormir bem, cultivar hobbies ou compartilhar momentos com pessoas queridas, têm um impacto poderoso e cumulativo.

Além disso, construir e nutrir uma rede de apoio — composta por familiares, amigos ou profissionais — fortalece a base emocional que nos sustenta. Reconhecer quando é hora de pedir ajuda é um sinal de sabedoria, e não de fraqueza. Ao formular suas resoluções, procure enxergar o autocuidado de maneira ampla. Ele não se limita ao bem-estar físico, mas abraça a complexidade do ser humano. Envolve a prevenção de desequilíbrios emocionais, a busca ativa por harmonia e a habilidade de encarar adversidades com serenidade. Trata-se de um convite para pausar, olhar para dentro e acolher seus próprios sentimentos em um mundo que raramente permite pausas.

Praticar autocompaixão é um dos pilares desse processo. Ser gentil consigo mesmo, especialmente em momentos de falha ou dificuldade, é um gesto de coragem. Ao invés de se criticar, reconheça seus esforços, celebre suas conquistas e extraia aprendizados das adversidades. E, quando necessário, permita-se buscar ajuda profissional. Terapia ou acompanhamento médico psiquiátrico são expressões legítimas de autocuidado e podem fazer toda a diferença.

É importante frisar que o autocuidado não é uma solução mágica para todos os problemas. Ele é uma prática contínua e pode ser que em algum momento você precise buscar ajuda profissional, como um psiquiatra e tratamento terapêutico, quando não estiver dando conta. Buscar tratamento é uma forma de cuidar de si, contribuindo para uma vida mais equilibrada e saudável.

O Ano Novo representa uma página em branco, uma chance de redefinir prioridades e alinhar escolhas ao que realmente importa. Colocar o autocuidado como meta é uma decisão poderosa e transformadora, capaz de equilibrar corpo, mente e alma. Que essa seja uma resolução que transcenda os meses e te acompanhe em todos os momentos.

Desejo que o próximo ano seja repleto de alegria, propósito e, sobretudo, um profundo cuidado consigo mesmo. Caso precise de apoio, não hesite em buscá-lo. Se precisar, peça ajuda! Que 2025 seja um ano memorável e pleno! O melhor está por vir. Boas festas!

*Antônio Geraldo da Silva é médico formado pela Faculdade de Medicina na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. É psiquiatra pelo convênio HSVP/SES – HUB/UnB. É doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto – Portugal e possui Pós-Doutorado em Medicina Molecular pela Faculdade de Medicina da UFMG.

Entre 2018 e 2020, foi Presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina – APAL. Atualmente é Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Diretor Clínico do IPAGE – Instituto de Psiquiatria Antônio Geraldo e Presidente do IGV – Instituto Gestão e Vida. Associate Editor for Public Affairs do Brazilian Journal of Psychiatry – BJP. Editor sênior da revista Debates em Psiquiatria. Review Editor da Frontiers. Acadêmico da Academia de Medicina de Brasília. Acadêmico Correspondente da Academia de Medicina de Minas Gerais.

Coordenador Nacional da Campanha “Setembro Amarelo®”, da Campanha ABP/CFM Contra o Bullying e o Cyberbullying e da Campanha de Combate à Psicofobia.

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