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Rei Charles III será operado por hiperplasia prostática benigna: saiba o que é

Médicos explicam novidades para o tratamento da condição que afeta a próstata, mas não é câncer
Médicos Rodrigo Carvalho e Renato Argollo durante operação
Médicos Rodrigo Carvalho e Renato Argollo durante operação | Divulgação

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O Palácio de Buckingham anunciou que o rei Charles III passará por uma cirurgia para tratar a hiperplasia prostática benigna (HPB), uma condição que afeta a próstata e é comum em homens acima dos 50 anos. O diagnóstico levanta a importância de compreender a condição e os tratamentos modernos disponíveis para na atualidade.

A HPB, também conhecida como aumento benigno da próstata, afeta cerca de 90% dos homens acima dos 80 anos. O médico urologista Rodrigo Carvalho, membro da Sociedade Brasileira de Urologia, destaca que sintomas como urinar frequentemente durante a noite, jato de urina mais fino e urgência urinária são alertas da doença.

“A próstata, normalmente com 20g, pode dobrar de tamanho, chegando a 35, 40g, obstruindo a uretra e causando dificuldades para urinar,” explica o especialista.

Diagnosticado com HPB, Osmário Ferreira de Souza compartilhou sua experiência após ser diagnosticado com a condição. “Era uma próstata gigante. Levantar várias vezes à noite para ir ao banheiro sem garantia de urinar era uma grande dificuldade”, disse. Ele optou por uma cirurgia inovadora com o laser HoLEP.

“O tratamento com o laser HoLEP permite retirar toda a parte interna da próstata, proporcionando um fluxo livre de micção. Além disso, é uma cirurgia sem cortes, com rápida recuperação, e a chance de recidiva é menor que 1%,” destacou o médico Rodrigo Carvalho.

 

Os principais sintomas:

  • Urinar várias vezes a noite, acima de 3 vezes já é sinal de alerta;

  • Jato da urina mais fino, gotejamento ao urinar;

  • Urgência ou incontinência urinária;

 

Diagnóstico

O diagnóstico da Hiperplasia Prostática Benigna deve ser feito por um médico urologista. Segundo o urologista Renato Argollo “na consulta com o paciente é feito o IPSS, Escore Internacional de Sintomas Prostáticos. É um questionário que fazemos com o paciente que consegue transformar sintomas subjetivos em números para avaliar como está a piora desses sintomas. Além disso, também é feito o exame de toque retal e o pedido para ultrassonografia, que consegue delinear o tamanho da próstata, ver a anatomia da bexiga e se essa bexiga está comprometida ou não”, disse.

Renato explicou, ainda, que não é porque o homem está ficando mais velho que é normal começar a ter dificuldade para urinar. Isso já é um sintoma da HPB que muitas vezes é ignorado pelos homens. O médico também faz questão de explicar que a medicina avançou muito no tratamento do aumento benigno da próstata.

“Anos atrás, o tratamento mais comum para a HPB era a raspagem da próstata, conhecida como RTU. Um procedimento cirúrgico que tem um pós-operatório mais complicado, com uso de sonda por mais tempo, de 5 a 7 dias, e que tem chance de recidiva em torno de 20%. Atualmente existem técnicas mais modernas, como o laser HoLEP, com chance de recidiva menor que 1%, e o Rezum, que é um tratamento minimamente invasivo, com chance de recidiva menor que 5% e que mantém a ejaculação do homem inalterada, ideal para pacientes que ainda querem ser pais”, continuou.

Rodrigo e Renato foram os pioneiros no laser HoLEP e no Rezum em Brasília. “Se tem uma coisa positiva nessa notícia do rei Charles é a possibilidade de falarmos mais abertamente sobre o aumento benigno da próstata. Não é normal o homem envelhecer e começar a ter dificuldade para urinar. Assim como a mulher tem o hábito de ir ao ginecologista fazer o seu check-up, o homem deve ir ao urologista 1 vez ao ano”, comenta Rodrigo.

Os médicos lembram que o aumento benigno da próstata não é a mesma coisa que câncer de próstata. E não necessariamente quem tem HPB terá câncer: “São duas doenças distintas”.