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Dia Nacional de Combate ao Glaucoma: doença atinge mais de 1,7 milhão de brasileiros

Especialistas reforçam a importância do diagnóstico precoce, que pode evitar a perda da visão

Uma das principais causas de cegueira no mundo, o glaucoma é uma doença que, em seus estágios iniciais, é silenciosa e pode não apresentar qualquer sintoma. Por isso, no dia 26 de maio é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, com o intuito de reforçar a importância de manter acompanhamento oftalmológico e os exames em dia, a fim de identificar o mais precocemente os sinais da doença.

De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (@cbo_oftalmologia), calcula-se que mais de 1,7 milhão de brasileiros convivam com o glaucoma, que, se diagnosticado ainda nos estágios iniciais, pode evitar a perda da visão.

O médico Roberto Murad Vessani alerta para a importância do acompanhamento regular com um oftalmologista para pessoas com mais de quarenta anos: “O risco de desenvolver glaucoma aumenta consideravelmente a cada década”, destaca. “Indivíduos com setenta ou oitenta anos, por exemplo, têm risco significativamente maior do que aqueles na faixa dos quarenta ou cinquenta anos”, explica. 

Ainda, há certos fatores de risco que podem favorecer o surgimento da doença, como: pessoas que têm parentes portadores de glaucoma, pacientes com alto grau de miopia e diabéticos, que devem estar ainda mais atentos à realização dos testes de rotina.

Além dos exames oftalmológicos, adotar hábitos saudáveis e manter uma alimentação balanceada contribuem fortemente para a proteção dos olhos. Atualmente, existem estudos que comprovam que o consumo de certos nutrientes tem um importante papel na saúde da retina e na prevenção da evolução de doenças oculares. Entre eles, destacam-se os carotenóides (como luteína e zeaxantina), os ácidos graxos ômega-3 EPA e DHA, além de vitaminas A e E e minerais antioxidantes.

A luteína e a zeaxantina são encontradas em vegetais de folhas verdes escuras, mas também são prevalentes em kiwi, abóbora, uvas, brócolis e milho, entre outros vegetais e frutas, bem como gemas de ovos e gordura animal.

Esses compostos atuam de forma sinérgica na proteção contra o estresse oxidativo, que está relacionado ao envelhecimento celular, inclusive da retina”, afirma a nutricionista Ana Beatriz Gaeta Yokoyama. “A luteína e a zeaxantina, por exemplo, se acumulam na mácula e ajudam a filtrar a luz azul nociva. Já o DHA é um componente essencial das membranas celulares da retina e contribui para sua integridade e funcionamento”, acrescenta.

O consumo desses nutrientes é uma maneira complementar de preservar a visão com o passar dos anos, especialmente em populações com maior risco de doenças oculares, como idosos, pessoas com histórico familiar de glaucoma ou degeneração macular relacionada à idade, e aqueles com exposição prolongada à luz solar e a telas.

Por fim, o médico oftalmologista Roberto Murad Vessani esclarece algumas das principais dúvidas sobre o glaucoma e desvenda mitos da doença:

É possível perceber os sintomas do glaucoma no início da doença?
A forma mais comum do glaucoma, conhecida como glaucoma primário de ângulo aberto, é geralmente assintomática nos estágios iniciais. Isso significa que, nas primeiras fases, a pessoa costuma não ter vermelhidão ou alterações na visão, e nem sentir dor. Tentar fazer uma autoavaliação para identificar possíveis sintomas da doença pode ser arriscado. A melhor forma de detectar o glaucoma precocemente é por meio de consultas regulares com um oftalmologista, que poderá medir a pressão ocular, avaliar o fundo do olho e identificar alterações no nervo óptico, características típicas da doença.

É possível evitar o glaucoma?
Não é possível evitar completamente o surgimento do glaucoma, especialmente por se tratar de uma doença com forte predisposição genética. No caso do glaucoma primário de ângulo aberto, no entanto, é possível prevenir a evolução para quadros graves. É importante destacar que alguns grupos apresentam maior risco de desenvolver a doença, como pessoas com histórico familiar de glaucoma, afrodescendentes, indivíduos com miopia elevada, e aqueles que sofreram traumas ou inflamações oculares. Portanto, a principal forma de prevenção é o diagnóstico precoce, por meio de consultas oftalmológicas regulares, especialmente a partir dos quarenta  anos. A detecção antecipada facilita o tratamento e ajuda a evitar a perda de visão.

Ter pressão intraocular elevada significa que a pessoa terá glaucoma?
A pressão intraocular elevada é um dos principais fatores de risco para o glaucoma, mas não é sinônimo da doença. Valores acima de 21 mmHg indicam um risco aumentado, especialmente quando os níveis são muito elevados (acima de trinta mmHg). No entanto, algumas pessoas com pressão ocular levemente acima da média podem não desenvolver glaucoma, enquanto outras com pressão considerada “normal” podem apresentar a doença. Por isso, é essencial um acompanhamento médico individualizado.

A cirurgia de glaucoma recupera a visão perdida?
O glaucoma causa danos irreversíveis ao nervo óptico e, por isso, a visão perdida não pode ser recuperada, nem mesmo com cirurgia. O objetivo do tratamento, seja com colírios, laser ou intervenção cirúrgica, é apenas controlar a pressão intraocular, a fim de evitar a progressão da doença. As cirurgias são indicadas quando o uso de medicamentos e o laser não conseguem controlar adequadamente a pressão ocular.

Existe cura para o glaucoma?
Ainda não existe cura para o glaucoma. O tratamento busca controlar a doença e estabilizá-la, prevenindo a perda progressiva da visão. O sucesso do tratamento depende da adesão do paciente às orientações médicas e do diagnóstico precoce.

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