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Complicações do diabetes: saiba quais são os riscos da doença

Morte de Michelle Trachtenberg acende alerta sobre perigos, muitas vezes, silenciosos

O diabetes mellitus é uma doença crônica que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Embora muitos associem a condição apenas ao controle de açúcar no sangue, o diabetes pode trazer complicações graves, progressivas e até fatais quando não é devidamente tratado. Os danos causados pela doença muitas vezes se desenvolvem de forma silenciosa, afetando órgãos vitais e diminuindo significativamente a qualidade e a expectativa de vida dos pacientes.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 16 milhões de brasileiros convivem com a doença, e estima-se que cerca de 7 milhões ainda não tenham recebido diagnóstico. A falta de sintomas evidentes no início torna o diabetes uma ameaça invisível — e justamente por isso, ainda mais perigosa.

O diabetes ocorre quando o corpo não produz insulina suficiente ou não consegue utilizá-la de forma eficiente. A insulina é o hormônio responsável por transportar a glicose do sangue para dentro das células, onde ela é usada como fonte de energia. Quando esse processo falha, os níveis de glicose aumentam, o que, a longo prazo, causa danos aos vasos sanguíneos, nervos e órgãos.

O acúmulo de glicose no sangue provoca uma inflamação crônica e silenciosa, que desgasta progressivamente os tecidos corporais. Com o tempo, isso leva a uma série de complicações que afetam desde os olhos até o coração e os rins.

Principais complicações do diabetes

1. Doenças cardiovasculares 
O diabetes é um dos principais fatores de risco para infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). O excesso de açúcar no sangue favorece o endurecimento das artérias, o aumento da pressão arterial e a formação de coágulos. Pacientes diabéticos têm até quatro vezes mais chances de sofrer um ataque cardíaco do que a população em geral.

2. Retinopatia diabética (cegueira)
A alta taxa de glicose danifica os vasos sanguíneos da retina, podendo causar visão turva, hemorragias oculares, descolamento da retina e cegueira total. Essa complicação é progressiva e, se não for tratada, torna-se irreversível. Estima-se que mais de 40% dos diabéticos tipo 2 desenvolvam algum grau de retinopatia.

3. Nefropatia diabética (insuficiência renal)
O diabetes é a principal causa de insuficiência renal crônica no mundo. O excesso de glicose lesa os pequenos vasos dos rins, comprometendo sua função de filtrar o sangue. Sem tratamento adequado, o paciente pode evoluir para hemodiálise ou necessidade de transplante renal.

4. Neuropatia periférica (danos nos nervos)
A glicose elevada afeta os nervos, especialmente nas extremidades do corpo. Os sintomas incluem formigamento, queimação, perda de sensibilidade e dores intensas, principalmente nos pés e nas mãos. Essa perda de sensibilidade facilita o surgimento de feridas que passam despercebidas e podem infeccionar rapidamente.

5. Pé diabético 
A combinação de má circulação, infecções e neuropatia nos pés pode levar à formação de úlceras difíceis de cicatrizar, que evoluem para gangrena. Em casos graves, é necessária amputação parcial ou total do pé, perna ou dedos. O Brasil registra cerca de 55 mil amputações por ano relacionadas ao diabetes.

6. Disfunções sexuais e urológicas
Homens com diabetes têm risco aumentado de disfunção erétil, devido à lesão dos vasos sanguíneos e nervos penianos. Mulheres podem apresentar ressecamento vaginal, perda da libido e infecções urinárias frequentes.

7. Infecções e cicatrização lenta
O diabetes enfraquece o sistema imunológico, dificultando a defesa contra vírus, bactérias e fungos. Pacientes diabéticos têm mais dificuldade em se recuperar de cirurgias, feridas e infecções comuns, como gripe ou infecções de pele.

O caso de Michelle Trachtenberg

A atriz Michelle Trachtenberg, conhecida por seus papéis em Buffy, a Caça-Vampiros e Gossip Girl, morreu em 26 de fevereiro, aos 39 anos, em seu apartamento em Nova York. Inicialmente, a causa da morte foi considerada indeterminada devido à objeção da família à realização de uma autópsia por motivos religiosos. No entanto, o Gabinete do Médico Legista de Nova York confirmou, nesta semana, que a causa da morte foi complicações relacionadas ao diabetes mellitus.

Informações revelaram que Trachtenberg havia se submetido a um transplante de fígado cerca de um ano antes de sua morte. Essa condição, conhecida como Novo Início de Diabetes Após Transplante (NODAT), ocorre em até 30% dos casos devido ao uso prolongado de medicamentos imunossupressores. A atriz também enfrentava problemas de saúde como dores nas costas e fragilidade óssea, resultando em quedas frequentes. 

A morte de Michelle Trachtenberg trouxe à tona a importância do diagnóstico precoce e do controle rigoroso do diabetes, especialmente em pacientes que passaram por transplantes de órgãos.

A boa notícia é que grande parte dessas complicações pode ser evitada ou retardada com o controle adequado da doença. O tripé formado por alimentação saudável, atividade física e uso correto de medicamentos é fundamental para manter a glicemia em níveis seguros. Além disso, consultas regulares com endocrinologistas, exames laboratoriais frequentes e monitoramento domiciliar da glicose são atitudes indispensáveis para quem convive com o diabetes.

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