Mesmo com um crescimento expressivo do Produto Interno Bruto (PIB) projetado para 2024, o Brasil perdeu posição no ranking das maiores economias globais. Segundo levantamento da Austin Rating, com base nas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), o país caiu da 9ª para a 10ª colocação, ficando atrás do Canadá.
O principal fator que contribuiu para a queda foi a desvalorização do real frente ao dólar. A moeda brasileira acumulou alta de 27% no ano e ultrapassou a barreira dos R$ 6 pela primeira vez. De acordo com Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, o câmbio médio anual de R$ 5,39 por dólar reduziu em US$ 17 bilhões o PIB brasileiro calculado em dólares, enfraquecendo sua posição no cenário global.
Apesar da perda de posição, o Brasil ainda está à frente da Rússia, que enfrentou uma desvalorização cambial ainda mais acentuada.
Crescimento acima das expectativas
Mesmo com o cenário cambial adverso, o Brasil superou as expectativas de crescimento econômico para 2024. O FMI elevou sua projeção para o PIB brasileiro de 3% para 3,7%, desempenho superior ao estimado pelo Banco Central (3,5%) e pelo governo federal (3,3%).
No entanto, o otimismo não deve se manter no médio prazo. Para 2025 e 2026, as previsões são mais conservadoras, com um crescimento estimado em 2,2%, abaixo da média global de 3,3%.
Desafios econômicos
A queda no ranking global reflete desafios persistentes, como a volatilidade cambial e limitações estruturais na economia brasileira. Entre 2010 e 2014, o Brasil chegou a ocupar a 7ª posição no ranking das maiores economias do mundo, mas desde então tem enfrentado dificuldades para sustentar sua relevância no cenário internacional.
Segundo as projeções, o país deve continuar na 10ª colocação em 2025, destacando a necessidade de avanços em políticas cambiais e econômicas que fortaleçam a competitividade nacional.