O governo brasileiro segue buscando soluções para evitar a imposição de sobretaxas pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais, com previsão de entrarem em vigor a partir de 2 de abril.
Em continuidade ao diálogo entre os países, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou por telefone com o representante comercial dos EUA (USTR), Jamieson Greer, nesta sexta-feira (8). Durante o contato, ficou acordada a realização de reuniões técnicas entre as duas nações já na próxima semana.
A iniciativa surge um dia após a videoconferência do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e o próprio Greer.
Segundo o Itamaraty, Vieira e Greer tiveram um diálogo de aproximadamente 40 minutos, no qual fizeram uma avaliação positiva das relações comerciais bilaterais e acordaram o início dos encontros entre especialistas para discutir as tarifas incidentes sobre aço e alumínio, além de outros temas econômicos.
A interlocução com o governo norte-americano tem sido uma prioridade do Brasil, especialmente diante da possibilidade de novas medidas comerciais que podem afetar setores estratégicos.
Alckmin avalia como “positiva” reunião com autoridades dos EUA sobre comércio bilateral com o Brasil
Durante a conversa com os representantes dos EUA, Alckmin destacou a importância do equilíbrio na relação comercial e ressaltou que, dos 10 principais produtos importados pelo Brasil dos EUA, oito possuem tarifa zero. Segundo o Mdic, a tarifa média ponderada efetivamente recolhida é de apenas 2,73%, bem inferior às tarifas nominais divulgadas.
“A conversa foi produtiva e demonstrou abertura para um entendimento que beneficie ambos os países. O Brasil continuará engajado nas negociações para manter um comércio justo e competitivo”, afirmou Alckmin em nota oficial.
As reuniões técnicas previstas para os próximos dias serão conduzidas de forma híbrida, com encontros presenciais e virtuais entre representantes brasileiros e norte-americanos. O objetivo é garantir um alinhamento sobre a política tarifária e discutir mecanismos de reciprocidade comercial.
A corrente de comércio entre Brasil e Estados Unidos gira em torno de US$ 80 bilhões anuais, com um superávit de US$ 200 milhões favorável à economia norte-americana.