O conclave começou nesta quarta-feira (7) com uma missa celebrada na Basílica de São Pedro, no Vaticano. A reunião entre os 133 cardeais irá eleger o novo papa, porém as conversas sobre quem será o novo líder da Igreja Católica começam muito antes do início oficial do processo.
É natural que durante os encontros – e também fora deles – os cardeais se reúnam informalmente para discutir o futuro da igreja, buscando alinhar seus ideais para elegerem um novo papa que agrade à maioria. Para isso, existem os pope makers, que são figuras essenciais nesse movimento.

Capela Sistina preparada para o conclave
Eles são os cardeais mais influentes do grupo, com um grande poder de articulação. Apesar de não ser uma posição oficial, eles são reconhecidos por suas habilidades políticas, prestígio dentro da Igreja e também por movimentarem os bastidores. Muitas vezes, eles lideram blocos com afinidades ideológicas (como aqueles mais conservadores ou mais progressistas), negociam alianças com outros cardeais, propõem nomes ou até mesmo fazem campanha – discreta – por certos candidatos.
“Para cada grupo de cardeais existe um pope maker, que se articula e ajuda os indecisos”, explica a vaticanista Mirticeli Medeiros em entrevista ao podcast O Assunto. “Existe toda essa articulação, nos cafezinhos, nas Congregações Gerais, dos cardeais que falam a mesma língua, ou do mesmo país, ou do mesmo continente”, afirma.
Ela revela, ainda, que a escolha do Papa Francisco, em 2013, teve grande influência de um pope maker, o cardeal Óscar Rodríguez Maradiaga. “Um homem extremamente influente, hondurenho, que conseguiu levar o nome do papa Francisco adiante”, destaca.
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