Às vésperas do conclave que escolherá o novo papa, o nome do cardeal Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano, tem ganhado força entre os possíveis sucessores de Francisco. O religioso italiano é apontado por especialistas como um dos candidatos mais cotados para ocupar o posto mais alto da Igreja Católica. A informação é da CNN Brasil.
Com quase quatro décadas de atuação na diplomacia da Santa Sé, Parolin reúne características que o colocam como uma figura de equilíbrio entre os setores mais progressistas e conservadores do colégio cardinalício.
Conhecido como o “número dois do Vaticano”, ou mesmo como um “vice-papa”, ele ocupa um cargo estratégico, equivalente a um primeiro-ministro, desde 2013 — ano em que o Papa Francisco foi eleito.
Antes disso, serviu como embaixador do Vaticano na Venezuela, onde se destacou por defender a autonomia da Igreja diante das pressões do governo de Hugo Chávez. Também foi vice-ministro das Relações Exteriores durante o pontificado de Bento XVI e teve papel central na reaproximação diplomática com países como China e Vietnã.
Um dos acordos mais polêmicos de sua carreira foi o firmado com o governo chinês sobre a nomeação de bispos, criticado por alas conservadoras. Parolin, no entanto, defendeu o entendimento como um mal necessário para evitar o risco de cisma e manter canais de diálogo abertos com Pequim.
Embora seja considerado um homem de fala mansa e discreto, Parolin já expressou posicionamentos firmes. Condenou, por exemplo, a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em diversos países, chamando-a de “derrota para a humanidade”.
Também rechaçou a autonomia de igrejas locais, como a da Alemanha, que tentaram permitir bênçãos a casais homoafetivos, alegando que decisões dessa natureza não devem ser tomadas de forma isolada.
Um possível papado de Parolin marcaria o retorno de um italiano ao trono de Pedro, após três pontífices estrangeiros consecutivos: João Paulo II (Polônia), Bento XVI (Alemanha) e Francisco (Argentina).
Apesar da experiência pastoral limitada, Parolin é visto como alguém capaz de unir diferentes correntes da Igreja e conduzir a instituição por tempos desafiadores, com seu perfil diplomático, poliglota e conciliador.
O conclave que definirá o próximo Papa está previsto para ocorrer entre os dias 6 e 11 de maio, no Vaticano.