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Unesco anuncia 1º museu virtual com artefatos roubados

O museu foi possível graças a uma parceria com a Interpol, que recupera algumas peças de arte
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Foto: Divulgação

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A Unesco, em colaboração com a Interpol, está construindo o primeiro museu virtual do mundo dedicado a artefatos roubados. O projeto visa sensibilizar o público sobre o tráfico ilícito de bens culturais roubados e contribuir para a recuperação dos itens. Com previsão de inauguração em 2025, a iniciativa promete revolucionar a maneira como as pessoas interagem com a história e a cultura.

Financiado inicialmente pela Arábia Saudita, o projeto receberá um investimento de aproximadamente US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 12,5 milhões) para se concretizar. O museu virtual contará com a genialidade do renomado arquiteto africano Francis Kéré, distinguido com o Prêmio Pritzker, tornando-se o primeiro africano a conquistar tal reconhecimento.

Kéré concebeu o museu com base na inspiração retirada do átrio central do Museu Solomon R. Guggenheim, em Nova York, incorporando elementos do baobá, uma árvore de grande significado cultural e espiritual para a África.

Com uma coleção que reúne mais de 52 mil objetos roubados ao longo dos anos, o museu virtual irá transformar esses artefatos em imagens tridimensionais. Cada peça será acompanhada por informações detalhadas que descrevem sua história e seu valor cultural. Além disso, os visitantes poderão desfrutar de uma experiência imersiva e realista, explorando galerias virtuais e recursos educativos que enriquecerão sua compreensão sobre cada item.

O projeto também destaca as histórias e testemunhos das comunidades de origem dos bens culturais roubados, contribuindo para um entendimento mais profundo da importância da proteção do patrimônio cultural.

Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco, enfatiza o propósito fundamental da iniciativa ao dizer: “Por trás de cada obra ou fragmento roubado existe um pedaço de história, identidade e humanidade que foi arrancado de seus guardiões, tornado inacessível à investigação, e que agora corre o risco de cair no esquecimento.” Com o museu virtual, a Unesco busca reverter essa tendência, preservando a história e o significado cultural que esses artefatos representam.