Templo de Salomão em Brasília? Entenda o que é a construção na L2 Norte

A capital do Brasil recebe uma construção monumental que promete se tornar um marco religioso e arquitetônico. Não, não é uma filial do Templo de Salomão. É o templo em Brasília da A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Este é o décimo construído no Brasil e o primeiro na região Centro-Oeste, trazendo aos fiéis e à comunidade uma oportunidade única de conhecerem o edifício sagrado.

A inauguração oficial do Templo está marcada para 17 de setembro, mas, como parte das celebrações, a igreja abriu as portas para visitação prévia entre os dias 1º de agosto e 2 de setembro, sendo que o primeiro dia é especialmente reservado para profissionais da mídia. A partir de 2 de agosto até o dia 11, a visitação será destinada a convidados especiais, como líderes governamentais, religiosos, comunitários, executivos de mídia, empresários e embaixadores. Posteriormente, de 12 de agosto a 2 de setembro, o templo receberá o público em geral.

Durante o período de visitas para convidados, o líder mundial da igreja, Élder Ulisses Soares, Membro do Quórum dos Doze Apóstolos, estará presente junto com autoridades locais da religião para receber os visitantes e conduzir um tour guiado no interior do templo. Nesse tour, os convidados poderão familiarizar-se com o propósito e os simbolismos religiosos. Também será possível explorar os jardins e outras dependências, como a capela construída no mesmo complexo.

A construção do templo em Brasília, localizado na L2 Norte (SGAN 612), ocupando uma área de 24 mil m², faz uma homenagem à arquitetura e ao design de Brasília. Inspirado no modernismo brasileiro, especialmente na obra do arquiteto Oscar Niemeyer, o templo possui uma fachada simétrica revestida em mármore branco brasileiro que exala austeridade e leveza. Os espelhos d’água na frente do templo ampliam a sensação de harmonia com o céu de Brasília, conhecido por sua beleza singular.

No interior, o design segue a mesma elegância e simplicidade do estilo moderno, utilizando materiais nobres, como mármore, granito e madeira de lei. O uso de vitrais em degradê de azuis homenageia o céu da capital brasileira, enquanto elementos geométricos inspirados em Athos Bulcão complementam a decoração. Os jardins ao redor do templo apresentam cerca de 60 espécies de plantas de diferentes biomas, em sintonia com o renomado paisagismo brasiliense de Roberto Burle Marx.

Apesar da grandiosidade, os templos em si não são os locais onde os membros se reúnem para adoração aos domingos, isso é feito nas capelas. O motivo é que o templo é, para os fiéis, a Casa do Senhor na região em que é construído, destinado a cerimônias sagradas, como casamentos e batismos por procuração em nome de antepassados falecidos.

 

Qual a fundamentação da igreja

Membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias são popularmente conhecidos como mormóns. A fundamentação é cristã, por conta da figura de Jesus Cristo na centralidade da religião, mas difere bastante das crenças originais e ensinadas pelas igrejas históricas e inicialmente denominadas cristãs, como as lideradas pelo apóstolo Paulo e, em seguida, as Católicas e Protestantes. 

A doutrina dos fieis dos Santos dos Últimos Dias vem de Joseph Smith Jr., que aos 14 anos, em 1820, teve uma visão na qual descreveu que Deus e Jesus Cristo lhe ordenaram abrir uma nova igreja que “restaurasse” a verdadeira fé cristã. 

Segundo os relatos de Joseph Smith, além da ordem divina, um anjo chamado Morôni lhe deu a informação sobre onde estariam enterradas uma coleção de placas de ouro, nas quais estavam gravadas o registro da relação de Deus com antigos habitantes das Américas. Essas placas, traduzidas por Smith, deram origem ao Livro de Mórmon, um outro testemunho de Jesus, como creem os membros da religião.

Foi uma fé bastante perseguida levando em consideração que surgiu nos Estados Unidos pré-Guerra Civil Americana, onde majoritariamente se seguia a fé cristã protestante. Ao longo da história da religião, entre assassinatos brutais contra seus líderes, diversos representantes dos Santos dos Últimos Dias tiveram visões distintas das de Joseph Smith Jr. e, por isso, a crença foi se moldando ao longo dos anos. 

Em semelhança ao Cristianismo, os Santos dos Últimos Dias compartilham da crença na divindade de Jesus Cristo, sua expiação e ressurreição, além do batismo por imersão e da eucaristia ou ceia do Senhor. A Bíblia, com algumas alterações de sentido, também faz parte do cânone dos livros sagrados. 

 

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