Suspensão de obra na rotatória da Octogonal trava o Corredor Eixo Oeste do BRT

As obras no trecho 2 da EPIG, entre Octogonal e Sudoeste, estão paradas. Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília

A suspensão da obra da rotatória na ligação entre a Octogonal com o Sudoeste e a EPIG vem causando transtorno diários aos moradores da região e aos quase 30 mil motoristas que usam o Corredor Eixo Oeste. A decisão da Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF, tomada em 20 de setembro, também tem reflexos nas atividades comerciais, pois as interdições causam desvios longos, ocasionando aumento nos trajetos, engarrafamentos e afugentando os clientes. A decisão atendeu a uma ação movida pelo Conselho Comunitário do Sudoeste. 

Além destes problemas, a interdição também provoca o acúmulo de poças de água, infiltração no concreto e possíveis perdas de ferragens das obras, que já estão se oxidando após o início do período de chuvas. Segundo o secretário de Obras do DF, Valter Casimiro, o isso pode fazer com que parte do que foi construído seja perdido, causando danos ao erário.

“É um grande prejuízo para quem mora na Octogonal e no Sudoeste. A interdição interrompe o fluxo de veículos e a passagem das pessoas. Sem esta suspensão dos trabalhos, já teríamos feito a ligação. Atualmente, as pessoas têm de fazer uma volta imensa”, relata.

O secretário Valter Casimiro afirma que o trecho já estaria concluído, não fosse a interdição da obra. Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Valter Casimiro revela ainda que o Conselho Comunitário do Sudoeste queria um novo fluxo de veículos. A sugestão, no entanto, prejudicaria a funcionalidade do transporte coletivo, segundo o secretário. “O trecho 2 está antes do Parque da Cidade. Nós tivemos a obra do trecho 3, que foi devidamente autorizada. E estamos fazendo um novo acesso ao parque no trecho 4, já aprovado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), mostrando que não causa nenhum impacto ao trânsito ou às características do parque”, detalha.

Entre as exigências que foram colocadas pelo Iphan estava, por exemplo, a manutenção da visão atual, sem viadutos elevado. “E isso foi completamente superado. A obra teve estudos de impacto de vizinhança, que já anexado ao processo”, completa. Em nota enviada à TV Globo, a autarquia informou que acompanha a obra do BRT desde 2008 e que esta é aprovada por etapas. 

Prefeito da quadra 2 da Octogonal e representante das demais, Francisco Mendes disse à emissora que a interrupção prejudica os 12 mil moradores da Octogonal. “Quando as obras pararam, isso impediu a conclusão de poucos metros de asfalto, o que daria acesso a quem mora na Octogonal para o Sudoeste usando o viaduto (Luiz Carlos Botelho) como acesso ao Parque da Cidade e na EPIG. Hoje, temos de dar uma volta muito grande”, afirma.

Ligação mais rápida entre o Sol Nascente e o Plano Piloto
Enquanto o GDF tenta reverter a paralisação com recursos judiciais, o projeto Corredor Eixo Oeste está parcialmente prejudicado. A obra tem como objetivo reduzir o tempo de deslocamento até a área central de Brasília. Com 38,7 quilômetros de extensão de faixas exclusivas para o BRT, liga o Sol Nascente ao Plano Piloto, bem como a Avenida Hélio Prates à EPIG e à Estrada Parque Polícia Militar (ESPM), que leva à Asa Sul.

Das seis etapas do conjunto de obras, o trecho 3 foi o primeiro a ser concluído. Trata-se do Viaduto Engenheiro Luiz Carlos Botelho Ferreira, que foi inaugurado em outubro de 2023 e liga a Avenida das Jaqueiras, no Sudoeste, com o Parque da Cidade. O trecho 1, situado entre os viadutos da EPIA e do Setor Policial Sul, abrange implantação da pista do corredor exclusivo, construção de dois novos viadutos, instalação de ciclovias, obras de drenagem, pavimentação, sinalização, paisagismo, calçadas e mobiliário urbano.

Localizado no intervalo entre o viaduto do Setor Policial Sul e a interseção entre EPIG/Sudoeste/Parque da Cidade, o segundo trecho prevê a implantação do corredor exclusivo e a construção de três viadutos, além de instalação de ciclovias, serviços de drenagem, pavimentação, sinalização, paisagismo, calçadas e mobiliário urbano.

A quarta etapa será executada no intervalo entre o viaduto Engenheiro Luiz Carlos Botelho Ferreira e o entroncamento do Setor de Indústrias Gráficas (SIG), onde haverá um corredor exclusivo, dois novos viadutos em trincheira e duas passagens subterrâneas para pedestres. Também estão previstas ciclovias, obras de drenagem, pavimentação, sinalização, paisagismo, calçadas e mobiliário urbano.

 

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