O cantor Nattan se envolveu em polêmica após oferecer R$ 1 mil para que uma mulher com nanismo fosse beijada por um cinegrafista durante um show em São Lourenço da Mata, em Pernambuco. O Centro Brasiliense de Defesa dos Direitos Humanos protocolou representação no Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios contra o cantor, acusando-o de exposição vexatória de uma mulher com nanismo.
De acordo com o documento, ele chamou a mulher ao palco, ofereceu R$ 1 mil a um homem para beijá-la e, após recusa, lançou-a ao ar, colocou-a sobre um caixote e convocou outro homem para a ação, afirmando que este poderia perder o emprego, mas não o dinheiro.
A Associação Nanismo Brasil (Annabra) classificou o episódio como capacitista e ofensivo à dignidade da pessoa com deficiência. O cantor afirmou ter dado os R$ 1 mil à mulher e disse que esse tipo de interação é comum em seus shows.
A representação aponta que a conduta se enquadra, em tese, no crime previsto no artigo 88 da Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), que tipifica a discriminação contra pessoa com deficiência, além de violar princípios constitucionais de dignidade, igualdade e não discriminação.
O texto também enquadra o episódio como exemplo de capacitismo recreativo, prática que, sob a aparência de brincadeira ou humor, reforça estereótipos e marginaliza pessoas com deficiência.
Entre os pedidos, a entidade solicita a abertura de inquérito civil e criminal, eventual ação civil pública para reparação coletiva e medidas pedagógicas, como campanhas de conscientização nas redes sociais do artista. O requerimento ações preventivas por parte do Ministério Público para evitar a repetição de episódios semelhantes.
*A assessoria do cantor não se manifestou até o momento da publicação da matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos.