Psoríase exige cuidados especiais caso atinja o couro cabeludo

Foto: cortesia

O dia 29 de outubro é marcado pela campanha de conscientização da psoríase, uma doença de pele que, ao contrário do que muitos pensam, não é contagiosa e tem, sim, cura. Ela surge normalmente nas regiões do cotovelo, joelho, pernas e tronco, porém, pode acometer também o couro cabeludo. E, caso isso aconteça, o paciente precisa ter alguns cuidados especiais com os cabelos.

A psoríase se manifesta, na maioria das vezes, em forma de placas vermelhas descamativas, e os principais sintomas são a coceira e a irritação. Quando atinge o couro cabeludo, não é diferente. No entanto, caso a lesão se agrave, pode causar queda de parte do cabelo.

A dermatologista Paola Canabrava explica que o tratamento inicialmente é feito com medicamentos locais, como pomadas e cremes, mas se não surtirem efeito, há outras alternativas como comprimidos e até mesmo injeções que ajudam no controle da doença. No caso do couro cabeludo, existem soluções capilares, géis e shampoos específicos que ajudam na descamação e aliviam a coceira e a ardência.

Porém, ela ressalta que, aliado a esses tratamentos, é essencial manter um estilo de vida saudável para evitar o surgimento da doença ou mesmo o seu controle. “Para cuidar da psoríase, precisamos cuidar do nosso organismo como um todo”, afirma a médica. “Esses cuidados locais associados a uma mudança do estilo de vida ajudam a melhorar”, acrescenta.

Ela explica que hábitos como tabagismo e alcoolismo, e ainda obesidade e colesterol alto são fatores que podem desencadear ou agravar a psoríase, bem como questões mentais como estresse, ansiedade e depressão. O alto consumo de alimentos inflamatórios, como fast food, carne vermelha, açúcar, cereais refinados, embutidos e processados, também não são recomendados.

“Todas as doenças de pele, incluindo a psoríase, são muito associadas ao estado emocional do paciente. Estresse muito grande e ansiedade tendem a piorar a doença”, observa Canabrava.

Sobre o funcionamento da doença, ela explica: “é como se o sistema imune (de defesa) funcionasse além do que deveria. Então, quando ele está hiperativado, faz com que ocorra a inflamação das células da pele, causando a psoríase. A função dos remédios é fazer a imunomodulação, regulando o sistema imune que está funcionando mais do que o necessário”.

Por ser uma doença multifatorial, ou seja, que surge a partir de diferentes fatores, como genéticos, ambientais e psicológicos, não há muito como prevenir o surgimento da psoríase. Segundo a dermatologista, é possível apenas tentar diminuir as chances do surgimento da doença – ou dos sintomas –, a partir da adoção de hábitos saudáveis e do cuidado com a saúde mental.

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