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PRTB nomeou investigado por associação ao tráfico como presidente em São Paulo

O Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) nomeou como presidente do diretório paulista um indiciado por associação para o tráfico e organização criminosa em investigação da Polícia Civil envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC). Além deste indiciamento, Tarcísio Escobar de Almeida foi condenado em primeira instância por estelionato em Poá, na Grande São Paulo, e responde pelo mesmo crime em Barueri, na região metropolitana.

A legenda anunciou, na última sexta-feira (24), o empresário e coach Pablo Marçal como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. No dia 18 de março deste ano, o PRTB designou Escobar para responder pelo partido em âmbito estadual. Três dias depois, ele foi desligado oficialmente.

Apesar disso, Escobar continua a participar de encontros políticos nos quais ainda se apresenta como presidente da sigla. Conforme apurou o jornal O Estado de S. Paulo, ele participa de atos em sedes da legenda e articula politicamente em nome do PRTB, firmando alianças da sigla. Os dados foram levantados junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Polícia Civil de São Paulo e Ministério Público Estadual (MPE).

O indiciamento de Tarcísio Escobar pela polícia paulista ocorreu em julho de 2023. A investigação contra ele se iniciou após documentos que indicaram uma suposta relação com a facção serem apreendidos com um criminoso preso em flagrante. A reportagem confirmou o indiciamento com integrantes da Polícia Civil, que reforçaram que outros desdobramentos do caso continuam em apuração.

Escobar não aparece na lista de filiados do partido e, segundo o sistema do TSE, está com o título eleitoral suspenso. Mesmo assim, continua figurando em vídeos e eventos públicos como líder paulista do PRTB, negociando adesão da legenda a pré-candidatos em cidades paulistas. Até seu Instagram o identifics como presidente do partido, bem como várias postagens envolvendo seu nome.

Em alguns casos, os eventos acontecem nas sedes municipais do PRTB. Nesta quarta-feira (29), ele publicou imagens na região de Rio Preto, com pré-candidatos de Olímpia e Catanduva, que foram apagadas após o jornal pauista publicar a reportagem.

Ele foi colocado de maneira provisória no comando do partido em âmbito paulista, depois de Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, assumir o comando da legenda na esfera nacional em fevereiro deste ano. Hoje, o presidente estadual da legenda em São Paulo registrado no TSE é Joaquim Pereira de Paulo Neto, que não foi localizado.

Leonardo Avalanche não explicou as razões de Escobar ter sido registrado como presidente e retirado formalmente da direção três dias depois. Sobre ele continuar articulando e se apresentando como presidente da legenda, Avalanche disse ter visto Escobar em alguns eventos, mas alegou não ter contato com ele.

“Não, não fiquei ciente, desconheço isso (indiciamento de Escobar). Mas ele se apresenta como presidente? Ele não está ativo no partido. Não tenho muito contato. Vi ele em alguns eventos, mas igual eu vejo (outros) em todos os Estados também. A gente não definiu um grupo e eu sou recente na direção”, argumentou.

Uma semana depois de deixar oficialmente a presidência estadual do partido, Tarcísio Escobar se encontrou com o vice-prefeito de Santo André, Luiz Zacarias (PL), em São Paulo. O vídeo do encontro, publicado por Zacarias no dia 27 de março no Instagram, contou com a presença do deputado federal Fernando Marangoni (União-SP), que apresenta Escobar como “presidente estadual do PRTB em São Paulo” e declara apoio a Zacarias como pré-candidato em Santo André. Zacarias não se manifestou até a publicação deste texto.

“É com profunda indignação que tomo conhecimento das denúncias veiculadas ao senhor Tarcísio Escobar. Fui surpreendido pela imprensa com denúncias ao então presidente do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), contrárias aos valores e princípios que regem a minha trajetória política”, afirmou Marangoni. Ele disse que encaminhou o caso ao jurídico do União Brasil, ao qual é filiado.

Sem resposta
Escobar e um advogado que figura em sua defesa em um processo criminal foram procurados, mas não responderam à reportagem até a publicação deste texto. Pablo Marçal foi procurado por meio de sua assessoria, que se limitou a afirmar que a informação estava equivocada. Ao ser questionado novamente, não respondeu se sabia do indiciamento de Escobar.

O PRTB afirmou, em nota divulgada após a publicação da reportagem, que Tarcísio Escobar não faz parte do diretório estadual de São Paulo e não possui legitimidade para falar em nome do partido. “Embora tenha atuado na gestão anterior, ele foi mantido no posto provisoriamente por apenas três dias, enquanto ainda estávamos reformulando a nova equipe da atual direção”, diz a nota.

Estadão Conteúdo

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