Projeto Humanizar foi idealizado pela primeira-dama Mayara Noronha Rocha e é realizado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF). Ele está presente em todas as unidades geridas pela entidade e tem o objetivo de acolher pacientes, oferecendo escuta ativa e empatia em todas as etapas de atendimento. Ao todo, são 95 auxiliares distribuídos no Hospital de Base, Hospital Regional de Santa Maria, Hospital Cidade do Sol (Ceilândia) e nas 13 unidades de pronto atendimento (UPA). Em 2023, foram registrados 841.306 atendimentos e, neste ano, apenas em janeiro e fevereiro, houve mais de 101 mil acolhimentos.
O acolhimento e a empatia do projeto conquistaram o coração da dona de casa Maria das Graças da Silva, 74 anos. Ela é orientada pela equipe desde a primeira vez que procurou atendimento urológico no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), em 2021. O braço direito da idosa é o auxiliar de humanização Thyago Moura, 20. Ele criou um laço de amizade com Maria das Graças e a acompanha em consultas e exames, além de acalmá-la quando necessário. “Nós fazemos o acolhimento, prestamos informações, tentando entender a necessidade dele antes de encaminhar para o devido serviço”, explica Thyago, que é estudante de psicologia.
“É gratificante se colocar no lugar do outro de forma empática, não tem preço. Eles nos devolvem esse cuidado com carinho e feedbacks positivos”, salienta Thyago.
A ideia de humanizar o atendimento nas unidades de saúde surgiu em 2019 e, em 2021, passou a ser executada pelo Núcleo de Humanização da Gerência de Gestão do Conhecimento e Humanização do IgesDF. O impacto na experiência dos pacientes pode ser verificado em números. Em 2023, a ouvidoria recebeu 71 avaliações positivas do serviço. Em janeiro deste ano, mais 21 foram registradas.
O acolhimento humanizado começa nas portas de entrada dos estabelecimentos, em que a equipe oferece escuta e orientação aos pacientes, e se estende a outras etapas do atendimento, como consultas e internação. O projeto segue as diretrizes da Política Nacional de Humanização, estabelecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O auxiliar de humanização do Hospital de Base Carlos Henrique Fernandes conta que a equipe recebe capacitação para oferecer o melhor possível para a população. “Cada pessoa desenvolve a melhor forma de abordagem. Mas alinhamos o fato de que precisamos ter empatia, que é você se colocar no lugar daquele paciente para que ele seja atendido da melhor maneira”, pontua.
Para Carlos, a experiência de trocar conhecimento com pessoas diversas e poder oferecer acolhimento e ajuda é terapéutica. “Quando você verifica que, de fato, fez algo bom para a sociedade, que é o mínimo que o ser humano hoje em dia deve fazer, isso é totalmente gratificante. Então, deixa de se tornar um trabalho, você faz por amor”, descreve.
Acolhimento e respeito à individualidade
Qual seu estilo musical preferido? O que gosta de fazer para se divertir? Qual seu maior sonho? Quem são os amores da sua vida? Essas são as perguntas presentes no Prontuário Afetivo, iniciativa do Projeto Humanizar que foi instaurada no Hospital Cidade do Sol na última segunda-feira (26). O intuito das perguntas é a aproximação da equipe de saúde com o paciente, para que haja mais empatia dos dois lados e o respeito à individualidade daquele que está sendo atendido. O prontuário é fixado na parede junto à ficha da pessoa atendida.
“O intuito é quebrar o gelo. É fazer com que o paciente sinta que está sendo visto como uma pessoa e não só como uma patologia. E também é uma ferramenta para fazer com que os próprios colaboradores enxerguem esse paciente também como um ser humano, que tem amores e A
A equipe do Humanizar também aposta no uso da música para acolher os pacientes internados. Após estudos sobre quais os sons mais apropriados para o ambiente hospitalar, a escolha foi pela frequência 432 Hz, conhecido como áudio binaural. Artigos apontam que esta é a frequência da cura e ajuda os ouvintes a se acalmarem. “É uma ambientação musical que transmite serenidade e calma, no intuito de auxiliarem no atendimento prestado aos pacientes”, explica Sakayo.