GPS Brasília comscore

Presidente do PSDB diz que crise em SP deve ser resolvida em março

Perillo defende que diretório da maior cidade do país resolva questões com integrantes
Marconi Perillo, presidente do PSDB
Marconi Perillo, presidente do PSDB | Foto: Reprodução/Instagram

Compartilhe:

Por Zeca Ferreira

A crise interna no PSDB de São Paulo poderá chegar a um desfecho em março, após as convenções partidárias. O imbróglio entre tucanos envolve a posição da sigla na eleição municipal na capital paulista. De um lado, o Diretório Municipal defende embarcar no projeto de reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB); de outro, lideranças nacionais desejam lançar um candidato próprio para disputar a Prefeitura.

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, disse ao Estadão que a sua posição é de que “São Paulo resolva São Paulo”, sugerindo que a Executiva Nacional não vai interferir nas decisões tomadas pelos diretórios locais. A convenção que definirá o comando do Diretório Estadual está prevista para o dia 25 de fevereiro. Após o encontro, serão marcadas as datas das convenções municipais – incluindo a da capital.

Nomes influentes do partido, como o governador Eduardo Leite (RS) e o próprio Perillo, avaliam que o PSDB errou em não disputar o Palácio do Planalto na eleição de 2022. Eles ainda consideram que a desidratação da sigla é parcialmente explicada por essa decisão. Diante disso, o grupo ligado ao governador gaúcho defende que a legenda não pode abrir mão de lançar candidato próprio ao comando da maior cidade do País.

O ex-tucano Andrea Matarazzo é a principal aposta da cúpula partidária para ter um candidato próprio na capital. Matarazzo confirmou à Coluna do Estadão que já falou sobre o tema com o presidente do seu atual partido, o PSD, Gilberto Kassab. “Sempre falamos sobre muitos assuntos e este é de grande importância”, disse.

Perillo conta que, antes de uma definição sobre o posicionamento da sigla na capital, é necessário definir quem serão os novos dirigentes no Estado. Desde o final do ano passado, tanto o Diretório Municipal de São Paulo como o Diretório Estadual são dirigidos por comissões provisórias. No domingo, 9, o presidente provisório do PSDB paulistano, Orlando Faria, renunciou ao cargo, e o diretório segue sem comando até o momento.

Como dirigente partidário, Faria advogava por uma via alternativa para o PSDB na capital: uma aliança com a pré-candidata do PSB, a deputada federal Tabata Amaral. Ao deixar a Comissão Provisória Municipal, o ex-presidente tucano será o coordenador político da campanha de Tabata pela Prefeitura. Crítico de Nunes, ele estava insatisfeito com as movimentações do partido em São Paulo para apoiar a reeleição do mandatário.

Líder do governo Ricardo Nunes na Câmara de São Paulo, o vereador Fábio Riva (PSDB) se queixa da falta de diálogo entre dirigentes e bancada municipal. Segundo ele, os vereadores tucanos não são procurados pela cúpula partidária. “Sabemos mais sobre o PSDB através da imprensa do que por meio dos dirigentes”, disse o parlamentar, emendando que a posição da sigla na corrida pela Prefeitura ainda não foi definida.

“Ao analisar as declarações de líderes nacionais, fica evidente o desejo de lançarem um candidato próprio”, disse Riva ao ser questionado sobre uma possível candidatura do PSDB na capital. Porém, ele afirmou que não só apoia a reeleição de Nunes, como também pode deixar o partido caso a legenda não faça o mesmo. Segundo ele, essa é a posição de toda a bancada tucana na Câmara, formada por oito vereadores.

Neste domingo, 21, o vice-presidente da Câmara de São Paulo, o vereador João Jorge (PSDB), anunciou que vai deixar o PSDB após 32 anos como filiado. A sua saída da sigla, porém, vai ocorrer apenas em março, durante a janela partidária. “Meu destino partidário para disputar a reeleição como vereador da cidade de São Paulo será conhecido depois de conversar com o prefeito Ricardo Nunes a quem apoiariei em sua campanha de reeleição”, disse.