Caio Barbieri O presidente da Câmara Legislativa (CLDF), Wellington Luiz (MDB), afirmou, neste sábado (15), que o governador Ibaneis Rocha (MDB) “entrará para a história, superando o ex-governador Joaquim Roriz”, pela valorização da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
O titular do Palácio do Buriti anunciou que deve encaminhar ao governo federal, já na próxima segunda-feira (17), o pedido de reajuste para as forças de segurança e a retomada da paridade salarial da Polícia Civil com a Polícia Federal (PF), reivindicação histórica da categoria (leia abaixo):
“Como policial civil, sei o quanto essa mudança é justa e necessária. Com essa medida, o governador entrará para a história, superando Joaquim Roriz, que foi um dos maiores defensores, investidores e valorizadores da Polícia Civil e da Segurança Pública“, disse ao GPS|Brasília.
Inúmeros integrantes da PCDF prometem uma grande mobilização em frente ao Palácio do Buriti, na próxima segunda-feira (17), pouco antes do horário quando o chefe do Executivo programou assinar a mensagem oficial direcionada ao Palácio do Planalto.
Homenagem
Entidades que participaram da articulação para que a antiga reivindicação saísse do pape passaram a convidar os filiados, por meio de grupos de mensagens, para uma grande concentração na Praça do Buriti. Entre elas, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF), o Sindicato dos Delegados (Sindepo) e a Associação Geral dos Policias Civis (Agepol), apenas como exemplo.
Políticos oriundos da categoria e que encabeçaram as negociações políticas, como Wellington Luiz – aposentado da Polícia Civil – e a deputada Doutora Jane (MDB), delegada licenciada, também devem estar presentes no movimento em agradecimento ao emedebista.
O envio da mensagem do GDF ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não é determinante para a concessão do benefício, mas, pode-se dizer, é um passo importante e necessário, já que o governo local é o gestor da Polícia Civil, embora a instituição seja bancada com recursos federais repassados mensalmente ao Fundo Constitucional (FCDF).
Internamente, a aposta da categoria é positiva, uma vez que Lula tem a tradição política de valorizar servidores públicos, o que fortalece a esperança para que o pedido do governo local tenha chances reais de ser atendido pelo mandatário da República.
Caso acolha a mensagem, o petista poderá encaminhar uma medida provisória ao Congresso Nacional, que passará a valer a partir da publicação, ou mesmo um projeto de lei para ser analisado pelas duas casas legislativas antes de entrar em vigor.
Historicamente, a Polícia Civil do DF tem tradição de se unir quando o assunto é reivindicação de benefícios, especialmente os legítimos, como é o da paridade salarial com a PF. O termo legitimidade tem um motivo: a PCDF e a Polícia Federal são do mesmo nascedouro, como costumam dizer.
De forma bem resumida, com a transferência da capital para Brasília, o Departamento Federal de Segurança Pública ainda era o responsável por investigar todos os crimes federais.
Contudo, poucos anos depois (1965), o órgão acabou sendo reestruturado e, com isso, foi criado a Departamento de Polícia Federal (DPF) e recriada a bicentenária Polícia Civil do DF, quando passaram a dividir atribuições entre crimes federais e ocorrências na capital da República, respectivamente.
Naquele momento, todo o quadro de policiais foram distribuídos entre as duas entidades, as quais passaram a ser independente, embora ambas ainda sejam custeadas pela União até os dias atuais.
Com o passar do tempo e a autonomia de cada uma, a PCDF acabou registrando uma defasagem salarial maior e as carreiras da Polícia Federal ficaram mais atraentes financeiramente, o que motiva desde então a reivindicação para o retorno da equidade salarial entre as duas policias judiciárias da União.
