Fernanda Moura A realidade atual do País revela que o diabetes, que acomete ao menos 10% dos cidadãos, e a obesidade, doença crônica presente na vida de 20% dos brasileiros, tratam-se de condições de proporções crescentes e epidêmicas. Seguindo esse cenário, medicamentos que atuam em ambas patologias seguem se apresentando aos interessados, como é o caso do Mounjaro.
Desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, o Mounjaro acabou de ter sua comercialização no Brasil aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Sendo assim, estará disponível em solo brasileiro a partir do dia 7 de junho de 2025. O valor máximo que chegará ao consumidor — que não é necessariamente o que será praticado, é de R$ 3.627,82, incluindo uma caneta com quatro doses, o que é suficiente para um mês de uso.
A farmacêutica responsável pelo produto concluiu, de acordo com estudos realizados, que o Mounjaro é mais poderoso que o Ozempic para a perda de peso. Com relação ao Wegovy, ele promoveu uma perda de peso relativa 47% maior.
Além disso, os resultados detalhados da pesquisa revelam também que 31,6% dos participantes do primeiro grupo, quase um em cada três, eliminaram no mínimo 25% do peso.
A tirzepatida presente no medicamento tem como diferencial o fato de ser um duplo agonista, ou seja, além de simular o hormônio GLP-1, também atua nos receptores do GIP. Para os leigos, esses hormônios são associados ao estímulo da sensação de saciedade e à redução da velocidade da digestão da comida. Como consequência, o indivíduo sente menos fome e consome menos calorias.
A razão pela qual o remédio é indicado para os diabéticos é a atuação no pâncreas, onde também estimula a produção de insulina.
Com relação aos efeitos adversos do Mounjaro, a Eli Lilly informou que podem ser sentidas principalmente reações gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreias.
Vale ressaltar que a aprovação pela Anvisa contempla apenas o tratamento do diabetes tipo 2 e, dessa forma, ainda não foi aprovado o uso para tratamento da obesidade.
O uso do Mounjaro vem sendo estudado também para outras patologias, como Alzheimer, doenças cardiovasculares e até dependência de álcool.
