Belo Horizonte (MG) – O segundo e último dia do We Fórum consolidou-se como um dos mais importantes encontros de liderança feminina no País, promovendo discussões sobre tendências de mercado, inovação, infraestrutura e política. Mas, além dos painéis e palestras, o evento se revelou um espaço vibrante de conexão entre mulheres.
Nos corredores, o que se via eram trocas de experiências, contatos sendo compartilhados e ideias transformando-se em oportunidades de negócios. O networking acontecia de forma natural, impulsionado pelo desejo comum de fomentar o empreendedorismo feminino e abrir caminho para novas gerações de lideranças de mulheres.
“É extraordinário reunir forças com representantes de diversos países e com todas as mulheres empreendedoras do Brasil. A conectividade e o relacionamento são fundamentais, pois geram conhecimento e novas oportunidades. Nosso objetivo é que essas mulheres conheçam o universo da exportação, do comércio exterior e estabeleçam conexões valiosas”, disse Ana Cláudia Badra Cotait, presidente do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC). “Mais do que um encontro, este evento é um motor para a geração de renda, de negócios e de conhecimento, promovendo o avanço das mulheres no cenário econômico global”, completou.
Um exemplo: Anna Nesterova, diretora da Global Rus Trade e Presidente da BRICS WBA Rússia, ganhou de presente um vestido bordado criado pela empresária Taciana Flores, que tem uma fábrica no Paraná. No palco, Anna chamou Taciana e exibiu a peça a todos os presentes. “Isso mostra a força feminina”, disse.

Anna Nesterova
Liderança feminina em foco
Logo na abertura, Izabel Itikawa, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima, destacou um marco histórico: é a primeira mulher a liderar uma federação de indústria no Brasil. Seu depoimento reforçou a importância de mais mulheres ocuparem espaços de decisão no setor produtivo.
A vereadora e secretária municipal de Políticas de Promoção da Mulher do Rio de Janeiro, Joyce Trindade, trouxe uma mensagem inspiradora sobre responsabilidade coletiva na transformação social: “Sou fruto de políticas públicas, fruto daquilo que deu certo. Vocês que participam aqui são responsáveis pela transformação social do nosso País. Quando vemos uma potencial liderança, nós temos que incentivar”, afirmou.
Inovação e mercado consumidor
A discussão sobre personalização e fidelização do consumidor esteve presente nas falas de executivas de grandes empresas. Catherine Petit, diretora-geral da Moët Hennessy Brasil, destacou a importância da customização regional dentro de uma estratégia global: “O consumidor está no centro. Entender como ele é, a evolução, o que ele está esperando é fundamental. Em tempos de comparação de preços, é essencial criar desejo, e isso só acontece quando a marca tem valores claros, qualidade e transparência”.

Catherine Petit, diretora-geral da Moët Hennessy Brasil
Na mesma linha, Cristiane Amaral, sócia da Ernst & Young e líder do setor de consumo e varejo para a América do Sul, enfatizou a mudança de comportamento do consumidor: “A fidelização do cliente está mais difícil, porque ele está experimentando mais. A chave é o foco: definir qual é o valor agregado que sua marca oferece”.
Desenvolvimento de liderança e impacto social
O impacto do desenvolvimento de mulheres para a performance empresarial foi abordado por Dhafyni Mendes, cofundadora da Todas Group, plataforma que já impulsionou mais de trinta mil mulheres na América Latina. Segundo ela, o crescimento profissional feminino ainda enfrenta barreiras institucionais.
“Fizemos uma pesquisa com 500 mulheres de alto potencial e 67% das que pediram demissão o fizeram por causa da liderança direta, majoritariamente masculina”. Dhafyni ressaltou que liderança feminina não é apenas sobre mulheres ocupando cargos, mas sobre criar ambientes inclusivos para todos.
Desafios e oportunidades
Mônica Monteiro, presidente do Capítulo Brasileiro da Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS e organizadora do evento, fez um apelo por políticas públicas mais eficazes para fortalecer o empreendedorismo feminino: “Ainda somos muito deficitários quando falamos de empresárias que exportam ou lideram grandes companhias. Se não tivermos um pacto econômico e social que nos impulsione, a evolução será muito lenta”. Ela ressaltou que, apesar do crescimento, é necessário que o setor público e privado tomem medidas concretas para acelerar a inclusão feminina na economia.

Mônica Monteiro, uma das organizadoras do We Forum

Rose Rainha, superintendente do Sebrae-DF

Sandra Costa, cofundadora do Sabin, uma das representantes de Brasília no evento
O segundo dia do We Fórum reafirmou a força da liderança feminina no Brasil e a importância da conexão entre mulheres para impulsionar mudanças reais. Mais do que um evento, o encontro se consolida como um movimento vivo de transformação e protagonismo feminino no mundo dos negócios.

Taciana Flores, Elma Sousa e Marcella Oliveira

Beatriz Guimarães e a deputada Greyce Elias

Elma Sousa, Beatriz Guimarães e Sandra Rodrigues