“Minha maior falha foi não dar a devida importância ao rombo do INSS”, diz Carlos Lupi à CPMI

Esquema resultou na queda do pedetista do Ministério da Previdência e do então presidente do INSS

O ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) afirmou nesta segunda-feira (8), em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os descontos indevidos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que só teve conhecimento das denúncias em março de 2023. Segundo o pedetista, sua “maior falha”, enquanto titular da pasta, foi não perceber a dimensão do rombo provocado pelo esquema.

“Infelizmente, não temos o poder da adivinhação. Nunca tivemos capacidade de dimensionar o tamanho ou volume do que esses criminosos fizeram no INSS. Só depois da investigação da Polícia Federal é que conseguimos compreender a dimensão. Talvez a minha maior falha tenha sido essa: não ter dado a devida importância ao rombo”, disse.

Lupi relatou que o ministério e o INSS chegaram a se reunir com a PF no início do governo Lula, após receberem as primeiras denúncias, mas destacou que apenas a operação deflagrada um ano depois revelou a real gravidade do caso. Na ocasião, ainda classificou o episódio como uma “ação criminosa dentro do INSS”.

Oitiva de Carlos Lupi

Lupi foi o primeiro ex-ministro da Previdência a depor à CPMI. Presidente do PDT, ele comandava a pasta desde o início do governo Lula 3 e deixou o cargo sob pressão após a Operação Sem Desconto afastar servidores do INSS e levantar dúvidas sobre a atuação do ministério diante dos descontos.

A saída de Lupi provocou divisões dentro do PDT. Na Câmara, a bancada decidiu deixar a base governista, enquanto no Senado o partido manteve apoio ao Planalto.

Por acordo entre oposição e base do governo, os ex-ministros foram convidados a prestar esclarecimentos, e não convocados, como havia sido solicitado inicialmente. Isso reduz o peso da obrigação, já que convidados não são obrigados a comparecer. Também foi chamado o atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz.

Já os 12 ex-presidentes do INSS foram formalmente convocados. Entre eles está Alessandro Steffanutto, que chefiava o órgão durante a gestão de Lupi. Ele foi afastado pela PF na operação e posteriormente demitido pelo presidente Lula.

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Edição 43

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