O presidente Emmanuel Macron, da França, disse que a União Europeia (UE) fez um acordo desequilibrado com os EUA por não serem temidos o suficiente. “A Europa ainda não se vê suficientemente como uma potência. Para ser livre, é preciso ser temido. Nós não fomos temidos o suficiente”, disse o líder francês em uma reunião de gabinete.
Os europeus aceitaram a condição de 15% sobre a maioria de suas exportações para os EUA e, para os bens americanos, a taxa deve cair para abaixo de 1%. O chefe de comércio do bloco, Maros Sefcovic, admitiu que foi “o melhor acordo que poderíamos conseguir sob circunstâncias muito difíceis”. Com o acordo desta forma, é possível que produtos europeus fiquem mais caros que os americanos.
Entre os produtos com prioridade de taxação estão vinhos e destilados (setor considerável nas exportações da EU). O primeiro-ministro François Bayrou, por exemplo, afirmou em uma postagem na rede X: “É um dia sombrio quando uma aliança de povos livres, unida para afirmar seus valores e defender seus interesses, se rende à submissão”.
Macron disse que o acordo não é final que a busca por um acordo mais favorável continua. Por conta de limitações e interesses, um possível livre comércio pode levar anos para acontecer. A líder da oposição francesa, Marine Le Pen, também criticou o acordo, atacando a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen: “O acordo comercial concluído por Ursula von der Leyen com Donald Trump é um fiasco político, econômico e moral”, escreveu Le Pen. “O mínimo que se poderia fazer é reconhecer esse fracasso doloroso em vez de pedir aos franceses, que serão suas primeiras vítimas, que se alegrem com ele”.