Definitivamente o Brasil está fazendo o seu nome no cenário internacional de filmes e séries. Haja vista o sucesso do filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, que recebeu 10’ de aplausos no Festival de Veneza.
O cineasta Fernando Meirelles, diretor do icônico Cidade de Deus, já tem uma bem sucedida carreira internacional (Dois Papas, Ensaio Sobre a Cegueira e O Jardineiro Fiel, por exemplo).
Agora ele se aventura no mundo das séries, como um dos produtores executivos e diretor (dirige 5 dos 8 episódios) da minissérie Sugar, com Colin Farrel.
Sugar é uma minissérie “noir contemporânea”, e como diz Meirelles, o roteiro traz várias referências aos filmes da década de 1950.
A série tem um clima clássico, do detetive particular que é um cara legal, simpático e solitário. E a trama é também clássica: um poderoso produtor de Hollywood que contrata um detetive privado para encontrar a sua neta sequestrada.
Farrel está perfeito interpretando esse personagem, que apesar de toda a ação e diálogos, ainda assim sentimos que ele carrega um mistério.
O roteiro acaba se voltando mais em saber sobre “quem é esse cara”, quem é Sugar, do que resolver o sequestro.
Por isso Meirelles, na hora da edição, resolveu transformar algumas cenas em preto e branco (uns clips dentro da trama, que trazem um fluxo de pensamentos, como se fossem um estado mental do Sugar). Mas a personalidade dele ainda vai ficando mais turva, e nos deixando sem indícios de quem é esse personagem.
Numa entrevista, Farrel diz que Sugar é solitário e misterioso tem todos os arquétipos dos detetives dos filmes noir. Mas ao contrário da dureza, uma certa amargura que são típicos desse gênero, o personagem tem uma positividade, acredita no ser humano, na sua bondade e na vida em comunidade. Ele trava uma luta interna contra a violência, isso num mundo de crimes e tráfico.
E o final tem um Plot Twist inesperado, mas que se encaixa perfeitamente na narrativa, e traz um ótimo gancho para uma próxima temporada!