Empossada nesta quarta-feira (12) como a primeira mulher presidente do Superior Tribunal Militar (STM), a ministra Maria Elizabeth Rocha enalteceu o feminismo, agradeceu à indicação para a Corte feita no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendeu a maior participação feminina em todas os setores da sociedade.
Durante a cerimônia na Sala Martins Pena, do Teatro Nacional Claudio Santoro, em Brasília, a magistrada foi aplaudida de pé por incluir não apenas a equidade de gênero no discurso, mas também minorias e uma saudação especial para as comunidades indígenas.
Ao lado de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Maria Elizabeth Rocha destacou que, apesar dos avanços legais, o Brasil ainda enfrenta desafios na redução da desigualdade de gênero. Em seu discurso, a ministra fez referência ao Índice Global de Disparidade de Gênero de 2024, que posiciona o país na 70ª colocação.
Antes de iniciar o discurso, a magistrada saudou a presença da primeira-dama, Janja da Silva, da segunda-dama, Lu Alckmin, e das esposas das autoridades presentes: “mulheres que representam todas as brasileiras”.
“Sou feminista e tenho orgulho de ser mulher. Peço licença poética a Milton Nascimento e Lou Borges para dizer, porque se chamavam mulheres também se chamavam sonhos, e sonhos não envelhecem. E nós, mulheres, temos um sonho, o sonho da igualdade. A Carta de 1988 nos emancipou graças a um reído e diminuto grupo de parlamentares eleitas para o Congresso Nacional em 1986 que colaboraram para que as garantias femininas fossem fundamentalizadas. Resta-nos agora ressignificar nosso papel nas estruturas societárias“, disse.
A nova presidente também afirmou que, lamentavelmente, o Brasil é considerado, segundo o Índice Global de Disparidade de Gênero de 2024, um dos mais desiguais do mundo, ocupando o 70º lugar.
“Isso reflete as mazelas de um Estado que ainda se esbate contra discriminações e preconceitos herdados de uma estrutura patrimonialista patriarcal. A despeito do evidente avanço legal longo é o caminho para a construção de um país livre de constrangimentos e asfixias sociais. Conviver em uma sociedade na qual sejam superadas todas as formas de discriminação e opressão, é um ideal civilizatório de convivência entre humanos que reconhece talentos sem estereotipá-los com preconcebidas concepções sobre as representações de cada qual na comunidade política“, continuou.
No fim das palavras, além de homenagear familiares, amigos e autoridades presentes, a ministra voltou a enfatizar a importância da união das mulheres para que possam conquistar espaços de poder na sociedade.
“Termino parafraseando a presidente do México em seu discurso de posse como chefe de Estado, Claudia Sheinbaum: Não cheguei sozinha, chegamos juntas. Porque quando sonhamos sós, só sonhamos, mas quando sonhamos juntas, fazemos história. E hoje, nós mulheres, estamos fazendo. Vamos sorrir!”
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A solenidade também marcou a posse do ministro tenente-brigadeiro do ar Francisco Joseli Parente Camelo como vice-presidente do STM. Ele, que transmitiu o cargo à nova presidente, ressaltou o significado histórico da ocasião e elogiou a trajetória de Maria Elizabeth Rocha, que integra a Corte há 18 anos.