Em assembleia realizada nesta segunda-feira (16), os professores da rede pública do Distrito Federal decidiram, mais uma vez, manter a greve que foi iniciada no dia 2 de junho. Com a decisão, centenas de profissionais se reuniram em frente a sede da Secretaria de Educação, que fica localizada no Shopping ID. Uma das vias em frente ao centro comercial foi fechada e a Polícia Militar foi acionada para conter os manifestantes.
Apesar da pressão judicial e do corte de ponto autorizado pelo Tribunal de Justiça do DF (TJDF), a categoria rejeitou a proposta do Governo do Distrito Federal (GDF) e reforçou que só encerrará a paralisação mediante uma proposta concreta de negociação.
No ato, os educadores gritavam palavras de ordem afirmando que “a greve continua”, cobrando respeito e diálogo por parte do governo. O momento mais tenso foi quando a Polícia Militar usou spray de pimenta em alguns professores que pretendiam entrar na secretaria.
Segundo a Márcia Gilda, diretora dos Sindicatos dos Professores (Sinpro-DF) todas as ações dos professores têm o objetivo de chamar a atenção para uma pauta “legítima e que merece ser ouvida”.
“A gente está aqui hoje, mais uma vez, para chamar a atenção para que resolvam nossa greve. Não é que seja um ato radicalizado, mas infelizmente a Secretaria de Educação é em um shopping. A gente está com a greve na rua, recebendo muito apoio da população, da comunidade escolar. Nunca na história a gente teve um movimento tão bonito, com tanta participação da sociedade civil organizada, de todo o movimento sindical, enfim,” afirmou Márcia Gilda.
A mobilização, que já é considerada histórica, reúne reivindicações como reajuste salarial de 19,8%, reestruturação da carreira, nomeação dos aprovados em concurso público e correção de informações enviadas ao INSS sobre professores contratados temporariamente.
De acordo com o deputado Reginaldo Veras (PV-DF), presente no ato, o movimento está começando a se intensificar.
“A radicalização do movimento está aumentando em resposta ao distrato e a incapacidade de fazer política por meio do diálogo. Essa categoria é brava, é de luta. Nós estamos dispostos a dialogar e sempre à disposição, com uma conversa saudável, pra que esse movimento acabe o quanto antes”, defendeu Veras.
O governador Ibaneis Rocha classificou a greve como política e afirmando que não haverá reajuste para o funcionalismo em 2025. Enquanto isso, o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) recorre judicialmente contra as multas aplicadas, que chegaram a R$ 1 milhão por dia e, posteriormente, foram reduzidas para R$ 300 mil. O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a multa milionária, mas manteve a ordem de corte de ponto.
A próxima assembleia geral está marcada para o dia 24 de junho, quando novas decisões sobre os rumos do movimento serão tomadas.