O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou nesta quinta-feira (6), em Brasília, um pacote de medidas para conter a alta no preço dos alimentos.
Entre as principais iniciativas está a isenção de tributos sobre a importação de diversos produtos, incluindo carnes e café.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação dos alimentos consumidos em casa atingiu 7,45% nos últimos 12 meses. O preço do leite longa vida subiu 16,19%, enquanto as carnes registraram aumento de 21,17% no mesmo período.
Diante do cenário, o governo busca alternativas para frear os reajustes e aliviar o impacto no bolso da população.
Para amenizar os custos e incentivar a oferta, o governo decidiu zerar a alíquota de importação de itens essenciais, como:
- Café;
- Azeite de oliva;
- Óleo de girassol;
- Açúcar;
- Sardinha;
- Biscoitos;
- Massas alimentícias;
- Carnes.
Estabilidade
Além disso, o governo anunciou o fortalecimento dos estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para evitar aumentos bruscos de preços e garantir maior estabilidade ao mercado.
Outra medida prevista é a ampliação do Plano Safra, com novos benefícios voltados para médios produtores. Durante o anúncio, Alckmin também fez um apelo aos estados para zerarem o ICMS sobre produtos da cesta básica, seguindo o exemplo do governo federal. “Já zeramos os tributos sobre a cesta básica, mas alguns estados ainda tributam o ICMS sobre determinados produtos. O pedido é para que os estados sigam a mesma diretriz e eliminem essa cobrança”, explicou.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, destacou que insumos agrícolas também terão incentivos para beneficiar tanto a indústria quanto os produtores. “Estamos garantindo que os produtos in natura mantenham seus preços acessíveis, e essa prioridade será estendida aos médios produtores”, afirmou.
As ações foram anunciadas em um momento delicado para o governo federal, que enfrenta uma queda na aprovação popular. Nos últimos levantamentos, a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu para 24%, o menor índice de seus mandatos. A alta no preço dos alimentos é apontada como um dos fatores que contribuem para essa insatisfação.
A reunião para definir o pacote de medidas contou com a participação dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento), Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social). O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, também esteve presente.