Henrique Neri Lançamentos aéreos de ajuda humanitária à Faixa de Gaza resultaram em uma tragédia nesta sexta-feira (8), quando os pacotes atingiram moradores locais, matando cinco pessoas e ferindo outras dez, conforme relatado pelo chefe da enfermaria do hospital Al-Shifa, principal centro médico na região sob controle do grupo terrorista Hamas. As informações são do G1.
O incidente ocorreu no campo de refugiados de Al Shati, a oeste da Cidade de Gaza, próximo à costa, conforme detalhado pelo responsável pelo setor de emergência do hospital, Mohamed el Sheikh.
Um residente local, Mohamed al Goul, de 50 anos, testemunhou o acidente: “Quando os aviões começaram a lançar a carga, eu e meu irmão nos dirigimos para a área com a esperança de recuperar um saco de farinha. Mas o paraquedas não se abriu e a carga caiu como um foguete sobre o teto de uma das casas”.
Esses lançamentos aéreos são uma iniciativa de países como EUA, Jordânia, Egito, França, Holanda e Bélgica, em resposta à necessidade urgente de assistência na região. No entanto, especialistas alertam para as limitações desse método, argumentando que as entregas terrestres são mais eficazes, pois podem fornecer uma quantidade maior de ajuda e alcançar áreas de difícil acesso.
Sigrid Kaag, coordenadora de ajuda da ONU para o território palestino, ressaltou a importância dos lançamentos aéreos como um gesto de apoio, porém enfatizou que eles representam apenas uma parte modesta da solução, enquanto a via terrestre continua sendo a opção ideal.
O acesso terrestre a Gaza tem sido limitado desde o início do conflito entre Israel e Hamas, com as passagens controladas por Israel permanecendo fechadas. A única passagem entre Gaza e o Egito, em Rafah, também enfrenta restrições, impedindo um fluxo adequado de ajuda humanitária.
Em resposta à crise, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou planos para estabelecer um porto em Gaza nos próximos dias, permitindo a chegada de ajuda humanitária via mar.
