Em mais uma etapa da nossa série especial de Dia das Mães, “Força que Vem de Mãe”, o GPS|Brasília foi até a casa de uma das mulheres mais importantes da nossa cidade: dona Wilma Carvalho Alves Pereira. A pioneira está na Capital desde os primórdios e tem inúmeras histórias que compartilham seu amor maternal com Brasília que criou seus filhos.
Ao chegar na residência, uma bela casa de arquitetura tradicional do Lago Sul, fomos recebidos afetuosamente. dona Wilma jogava baralho com um de seus filhos. Sempre bem-vestida e naturalmente elegante, a matriarca é reconhecida como uma anfitriã impecável desde os primórdios da nova capital.
Na varanda da casa, ambiente bem decorado e clima agradável que deixou a entrevista mais leve. Aos 96 anos, a Wilma não hesitou em levantar alegremente e cumprimentar um por um da equipe. Enquanto os equipamentos de filmagem eram montados, ela já começava a narrar pedaços da sua saga.
Nascida em Varginha-MG, mudou-se para Lavras-MG cedo para estudar. Já adulta, reuniu um grupo para vir a Brasília, conhecer a nova cidade que estava em construção. “Antes aqui não tinha nada, mas as coisas começaram a acontecer, e hoje nós temos esta Brasília, deste tamanho, que tem espaço para todo mundo”, diz a pioneira.
Mesmo em período de formação, para dona Wilma Brasília era grande comparada ao interior de Minas. “Foi um achado! Fiquei muito feliz desde que cheguei aqui, minha primeira morada foi um apartamento que ganhei de presente de um amigo, na 106 Sul”, conta.
Na época, era comum o desprendimento com a posse de imóveis em terras candangas, já que muitos não acreditavam que a nova capital vingaria. Para nossa entrevistada, foi uma benção, ela estava há poucos passos do primeiro colégio que seus filhos estudaram, o CEF 01 de Brasília.
O papo poderia continuar por horas, não faltariam assuntos fascinantes. Mas a câmera foi ligada e o Dia das Mães tornou-se o foco (ou quase). “Eu sou mãe do Paulo Octávio Alves Pereira, do José Ronaldo Alves Pereira e da Claudia Maria Alves Pereira. São meus três amores da vida”, apresenta Wilma.
A matriarca contou que todos os filhos são mineiros de nascimento, mas brasilienses de coração. Sempre dando muita importância à educação, falou da formação dos três. “Eles souberam aproveitar a oportunidade que nós, pais, pudemos dar a eles: uma cidade maior e em desenvolvimento”, explica.
Wilma lembrou também de sua mudança para o Lago Sul, onde também foi pioneira. “Só tinha essa casinha do meu vizinho, que logo foi embora para o Rio. Algumas pessoas voltaram para suas cidades. Assim se consolidou, hoje é um lugar que tem paulista, mineiro, europeu, tem todas as nacionalidades”, recorda.
Sobre a relação com os filhos, revelou o segredo. “Sou uma porta aberta para eles, eles confiam no que digo e acrescento. Abraçar os entes queridos com alegria é um direito que exerço”, contempla.
Um assunto que não poderia ficar de fora é o sucesso dos filhos de Wilma e a participação dela nessa jornada. A pioneira reforça que sempre se fez presentes nos colégios, para que tivessem sempre apoio e incentivo na educação.
“Formamos uma família equilibrada, onde cada um contribuía com sua parte para o bem de todos. Nos colégios, havia um forte estímulo para continuar estudando, passando de uma série para outra. Era difícil, porque no início pouca famílias estavam por completo em Brasília, mas elas foram chegando aos poucos e se formando”, declara a matriarca.
Apesar de não ter chegado ao nível profissional, Wilma jogou vôlei durante a juventude e a vida adulta. Ela reforçou a importância das mães não abrirem mão das próprias vivências. “Filho é uma pessoa que entra na sua vida, você tem que continuar fazendo o que te dá prazer”, menciona.
“Nós levamos os filhos para os melhores lugares, mostrando as melhores oportunidades, fazendo com que eles aprendam a gostar das situações viáveis e não ter um vislumbre de querer ser algo que nunca foi”, completa a pioneira.
Por fim, para poder voltar a jogar seu baralho, Wilma conceitua o que é ser mãe. “Ser mãe é como padecer no paraíso, absorvendo as angústias dos filhos sem querer. É preciso cuidado para não se tornar desagradável, mas dou liberdade, corrigindo quando necessário e elogiando quando certo. Aqui em casa, graças a Deus, vivemos muito bem e acolhidos”, finaliza.
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