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EUA formalizam apoio à conservação em visita de Biden à Amazônia

Pacote prevê doações diretas e parcerias; veja detalhes

O governo dos Estados Unidos anunciou na manhã deste domingo (17) a consolidação de um pacote de ajuda a iniciativas de conservação da Amazônia, como parte de seu programa nacional de combate às mudanças climáticas. O presidente americano Joe Biden visitou Manaus neste domingo.  Biden disse que não é preciso escolher entre meio ambiente ou economia, mas que é possível tratar das duas coisas ao mesmo tempo.

Foi a primeira visita de um presidente estadunidense à Amazônia no exercício do mandato, onde foram anunciados acordos bilaterais, marcando os 200 anos de relação mútua entre Brasil e Estados Unidos; ações em conjunto com ONGs e empresas, inclusive bancos brasileiros e atuação no apoio ao combate ao crime organizado, especialmente a ação ilegal em mineração e derrubada de árvores e o combate a incêndios florestais.

Biden também destacou ser o primeiro presidente americano em exercício a visitar a Floresta Amazônica e afirmou estar “comprometido” em salvá-la.

“Não precisamos escolher entre o meio ambiente e a economia, nós podemos fazer as duas coisas, como fizemos no meu país. Não é segredo que sairei do governo em janeiro, mas deixarei ao novo presidente as instruções do que podemos fazer”, afirmou Biden nesta tarde, durante discurso em Manaus (AM), após visita ao Museu da Amazônia e sobrevoo de helicóptero sob a floresta. Ele chegou ao Brasil pouco depois do meio-dia, e deve seguir para as reuniões do G20, no Rio de Janeiro.

Segundo o presidente dos Estados Unidos, “alguns querem atrasar a resolução da energia verde”, mas ele destaca que ela “está a caminho e sabemos que ninguém pode revertê-la”. A questão, diz Biden, é quais governos ficarão pelo caminho dessa revolução e quais vão abraçar a oportunidade oferecida.

Biden disse que, a cada minuto, “o mundo queima uma quantidade imensa de florestas”, mas que os Estados Unidos estão lutando para reverter o desflorestamento até 2030. “No meu país, estamos preocupados em conservar uma área de florestas e de águas em uma área maior que o Uruguai”, acrescentou.

Além disso, o presidente americano afirmou estar trabalhando com parceiros para trazer ações que impactem e reduzam as mudanças climáticas. “Nós todos sabemos que podemos fazer muito mais, e devemos fazer muito mais, no nosso país e no exterior”, diz. “A luta para salvar nosso planeta é uma luta pela humanidade, para as gerações que virão.”

Biden anunciou que os Estados Unidos vão mobilizar centenas de milhões de dólares para ajudar empresas no reflorestamento da Amazônia e também lançou uma coalizão de financiamento no Brasil que trará US$ 10 bilhões. E, conforme anunciado mais cedo pela Casa Branca, o presidente reforçou os US$ 50 milhões adicionais para o Fundo Amazônico. Além disso, Biden disse querer lançar uma nova base para conservação internacional.

Simbólica, a ação amplia o leque de iniciativas para o que a Casa Branca coloca como financiamento climático internacional, e se opõe a algumas posições públicas do presidente eleito Donald Trump, notório negacionista do impacto da ação humana sobre o clima.

Na nota sobre o pacote, o governo americano lembra que “desde o primeiro dia do governo Biden-Harris, a luta contra as mudanças climáticas tem sido uma causa definidora da liderança e da presidência do presidente Biden”.

“Nos últimos quatro anos, o governo criou um novo manual que transformou o combate à crise climática em uma enorme oportunidade econômica – tanto em casa quanto no exterior. Depois de liderar a ação doméstica mais significativa sobre clima e conservação da história e liderar os esforços globais para enfrentar a crise climática, hoje o presidente Biden está viajando para Manaus, Brasil, onde se reunirá com líderes indígenas e outros”, diz a nota.

Entre os anúncios formalizados em Manaus, além da doação de US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia, estão:

  • o lançamento de uma coalização de investidores, em parceria com o banco BTG Pactual, para restauração de terras e apoio à bioeconomia, que pretende conseguir US$ 10 bilhões até 2030, focados em projetos de remoção de emissões e apoio às comunidades locais;
  • o apoio a iniciativas de geração de créditos de carbono com reflorestamento de áreas convertidas em pastagens, sob responsabilidade da empresa Mombak;
  • a entrada do país no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (FFTS), proposto pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e em fase de modelamento e instalação, com uso de capital privado.

Estão previstos investimentos diretos, como:

  • US$ 180 milhões junto à Coalizão Redução de Emissões por meio do Avanço do Financiamento Florestal (Leaf), para ações de reflorestamento no Pará;
  • a ampliação de um acordo de investimento e cofinanciamento entre o DFC e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ampliando acordo assinado mês passado;
  • o financiamento para o Laboratório de Investimentos em Soluções Baseadas na Natureza (SbN), com US$ 2 milhões do fundo Usaid para a iniciativa, do Instituto Clima e Sociedade e de financeiras;
  • o investimento de US$ 2,6 milhões no projeto Rainforest Wealth, do Imaflora e do Instituto Socioambiental (ISA), além de pouco mais de US$ 10 milhões em investimento a outros projetos em bioeconomia, cadeias de suprimentos de baixo carbono e outras modalidades de produção local, e outros cerca de US$ 14 milhões em financiamento direto à atuação de comunidades indígenas.

O anúncio do pacote também incluiu três pontos críticos na proteção do bioma: o combate à extração ilegal de madeira, o combate à mineração ilegal e a assistência para o combate ao fogo.

Contra a extração de madeira haverá treinamento em tecnologia para identificação de origem da madeira, a partir da técnica de Espectrometria de Massa (Dart-Tofms: Análise Direta em Espectrometria de Massa em Tempo Real de Voo), para identificar de onde partem as madeiras fiscalizadas com precisão.

O pacote anunciado destaca a participação dos Estados Unidos no financiamento do combate a atividades criminosas com atuação em mineração ilegal e tráfico de mercúrio, com doação de US$ 1,4 milhão.

Contra as queimadas, destacam-se a parceria de 15 anos com o Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), que atua com a rede de satélites de monitoramento dos Estados Unidos. Também haverá treinamento do Serviço Florestal dos EUA para “o manejo inclusivo do fogo, capacitando mulheres e comunidades indígenas, incluindo a primeira brigada de incêndio indígena só de mulheres no Tocantins e no Maranhão.

*Contém informações do Estadão Conteúdo

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