Equidade e desafios da mulher em posições de poder são discutidos em seminário na CLDF

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Nessa semana, mulheres inspiradoras se reuniram para realizar o Seminário Mulheres no Poder, em Brasília, evento para debater os desafios para ingressar e se manter em espaços de poder.

Durante o seminário realizado na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nessa quinta-feira (27), a presidente do Supremo Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, falou sobre a importância da persistência mesmo em situações difíceis, em uma conferência magna. 

“Nós não temos o direito de desistir. Eu perco no voto mas eu não desisto. Não podemos nos dar o privilégio de desistir, não por nós, mas por outras mulheres. Quando nós provemos a igualdade nos ajudamos os homens“, disse a ministra.

Elizabeth foi a primeira mulher a ser eleita para o maior cargo do STM. A cerimônia de posse foi no último dia 12 de março e ela comandará o tribunal até 2027. 

O evento, que durou o dia inteiro, trouxe reflexões sobre o papel da sociedade e do poder público nos avanços e conquistas das mulheres. A mesa de abertura do seminário contou com a presidente da Associação Brasileira de Mulheres na Carreira Jurídica no Distrito Federal (ABMCJ-DF), Leda Bandeira, responsável pela organização do evento; da presidente nacional da ABMCJ, Manoela Gonçalves; da vice-governadora do DF, Celina Leão; da embaixadora da Espanha no Brasil, Mar Fernández-Palacios; e da secretária da Mulher no DF Giselle Ferreira. 

“O objetivo do evento é analisar a presença e atuação feminina na liderança e tomada de decisão seja na política na empresarial e outras áreas. Fortalecer a democracia e diversidade. Também contribui direto para formação de políticas mais justas. Temos que nos debruçar nas palavras refletir e trilhar para avançarmos. Já conquistamos muito, mas ainda temos muito a avançar”, afirma Leda. 

A embaixadora Mar Fernández-Palacios falou sobre as ações implementadas na Espanha para promover a igualdade. “A política feminista da Espanha tem dois eixos fundamentais: um é a luta contra a violência de gênero, e o outro a promoção da igualdade e a inclusão social e economia. Como estratégia, há programas de ação que visam deliberadamente promoção de direitos das mulheres e a remoção das barreiras que dificultam o seu desenvolvimento profissional”, explica. 

Mar Fernández ainda comentou que, em 2007, uma lei estabeleceu a obrigação de plano de igualdade em empresas com mais de 50 funcionários, com medidas para eliminar a discriminação. Mais recente, a lei da paridade, em vigor desde agosto do ano passado, se refere a representação e presença equilibrada de homens e mulheres em vários campos profissionais, para garantir a representação efetiva das mulheres nos âmbitos decisórios da política e economia. 

“Eu não quero privilégios, eu quero igualdade. Quero poder andar de ônibus e não ser assediada, andar na rua escura e não ser estuprada, quero chegar em casa e não apanhar, e, por fim, não ser morta”, disse a vice-governadora Celina Leão, que reforçou que a maior dificuldade atualmente é colocar as leis em prática forma eficiente. “Não podemos ter leis mortas”, frisou. 

No painel Desafios das mulheres em cargo de liderança, com mediação da advogada associada a ABMCJ-DFThaís Riedel, as convidadas Fernanda Jorge (diretora do Banco BTG Pactual) e Cristiane Foja (presidente da Associação Brasileira de Bebidas) compartilharam suas trajetórias, experiências e situações que enfrentam ao longo de suas carreiras. 

Após a pausa para o almoço, foram realizados os painéis O que mulheres estão fazendo para acelerar avanços de gênero e Desafios na conquista de votos e em disputas eleitorais, com nomes como a deputada distrital Jane (MDB-DF) e a secretária Giselle Ferreira. O dia de reflexões terminou com a cerimônia de entrega do Prêmio Herilda Balduíno.