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Duas baleias são encontradas mortas no litoral norte de SP

Com 12 metros, um animal foi rebocado pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos
Praia em Ubatuba (SP)
Praia em Ubatuba (SP) | Foto: Instagram

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Por José Maria Tomazela

Duas baleias foram encontradas mortas, no fim da tarde de terça-feira (12), no entorno da Ilha Anchieta, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Um dos cetáceos, medindo cerca de 12 metros, foi rebocado nesta quarta-feira (13) pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, do Instituto Argonauta. O outro exemplar, avistado morto pela equipe do Parque Estadual da Ilha Anchieta, ainda não foi localizado pela equipe de resgate.

Conforme o Instituto Argonauta, sua equipe foi avisada pelo pessoal do parque da existência de duas baleias mortas próximo à Ilha Anchieta. Como estava prestes a anoitecer, a equipe do projeto foi ao local na manhã desta quarta, a bordo de duas embarcações. Ao chegar à ilha, a equipe só localizou uma das baleias, próxima à Praia do Sul. Ela foi rebocada pelo barco e ancorada do outro lado da ilha, em uma parte sem acesso público

O objetivo é que a baleia se decomponha naturalmente. Foram coletados materiais biológicos, como pele e músculos, para identificação da espécie. Segundo a bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do projeto de monitoramento da Bacia de Santos, a baleia tinha cerca de 12 metros de comprimento, com indícios de que fosse um exemplar adulto. Já o outro exemplar avistado morto pode ter afundado no mar.

De acordo com o biólogo Manuel da Cruz Albaladejo, do Instituto Argonauta, os exames dos materiais biológicos retirados da baleia resgatada vão permitir a identificação da espécie, mas dificilmente apontarão a causa da morte, devido ao estado de decomposição do animal. “Aparentemente não vimos nenhum indicativo de que ela tenha tido algum contato com rede de pesca”, disse.

O oceanógrafo Hugo Gallo Neto, presidente do instituto, explicou que o procedimento de fundear a ancorar a baleia, que fica amarrada a uma âncora pela cauda, é o melhor método para que o animal se decomponha naturalmente no ambiente marinho. Ele sinalizou que a espécie pode ser uma baleia-de-bryde (Balaenoptera brydei), conhecida também como baleia tropical, que permanece nos trópicos e não migra para a Antártida, como outras espécies.

A baleia-de-bryde é uma espécie que vive entre a região costeira e a oceânica, com ocorrência durante o ano todo, se alimentando de crustáceos e pequenos peixes. No verão, ela se aproxima um pouco mais da costa em razão da presença de cardumes. São baleias comuns na região Sudeste e podem chegar a 16,5 metros de comprimento.

De acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, a baleia-de-bryde está classificada no grupo de “menor preocupação”. No entanto, a espécie sofre com os impactos causados pela pesca, os efeitos das mudanças climáticas e alterações no ambiente marinho.