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Distrito Federal investe na saúde mental de policiais militares

Corporação reforça cuidados ao contratar especialistas e construir um novo centro de atendimento psicossocial
Um concurso público vai dar posse a três psiquiatras militares, além de outros dois para compor um cadastro reserva | Foto: Renato Alves / Agência Brasília
Um concurso público vai dar posse a três psiquiatras militares, além de outros dois para compor um cadastro reserva | Foto: Renato Alves / Agência Brasília

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A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) tem investido no aumento do quadro de especialistas da área da saúde mental. No momento, a corporação conta apenas com um psiquiatra militar atuando internamente, mas a assistência é reforçada por um segundo profissional, cedido pela Secretaria de Saúde, e por mais cinco psiquiatras emprestados do Corpo de Bombeiros (CBMDF) que, desde o dia 19 de fevereiro, atendem policiais militares às segundas, quartas e sextas-feiras. Além disso, a corporação planeja fazer novas contratações e já está dando procedimento a realização de um concurso público ainda para este ano.

Segundo Waldeci Ramalho, chefe do Departamento de Saúde e Assistência ao Pessoal da PMDF, parcerias também foram implementadas pensando no bem estar e na saúde dos policiais da capital federal. “Temos uma rede credenciada com aproximadamente 100 psicólogos e psiquiatras particulares que atendem os PMs encaminhados pelo Caps [Centro de Assistência Psicológica e Social] do Departamento de Saúde”, informa. “Ainda estamos elaborando um acordo com o Sesc [Serviço Social do Comércio] para a contratação de dez psicólogos que vão atuar junto ao centro médico da PMDF.”

Em setembro, o quadro de profissionais que cuidam da saúde mental dos policiais militares voltará a ser ampliado. Um concurso público que está em andamento vai dar posse a três psiquiatras militares, além de outros dois para compor um cadastro reserva. Outro edital também está pronto para a contratação de psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros que irão atuar no centro médico e no Caps.

O Centro de Atendimento Psicológico e Social, aliás, ganhará uma nova sede, no Setor Policial Sul com recursos da ordem de R$ 13 milhões. O prédio de 2.900 m² vai acomodar a unidade da corporação responsável por prestar assistência gratuita à saúde mental dos policiais militares e seus dependentes.

O antigo edifício do CAPS ocupava o mesmo terreno onde hoje é erguida a nova sede. Com mais de 40 anos de uso, porém, a estrutura do prédio estava comprometida. “Foi preciso demolir, não dava para reformar”, afirma a major da PMDF Ana Koffler. “A construção atual será mais moderna, cercada de muito verde e com espaço para atividades ao ar livre”. Enquanto não fica pronta, o efetivo do CAPS está alojado no Centro Médico da PMDF.

 

‌Tendência mundial

O cuidado com o bem-estar dos policiais militares e mais do que necessário – o estresse, o medo de perder a própria vida e a violência inerentes à atividade colocam esses profissionais em lugar de vulnerabilidade. A crescente preocupação dos PMs com a saúde mental, no entanto, segue uma tendência mundial já observada em toda a sociedade, desde a pandemia de covid-19.

 

“Todo o sofrimento causado pelo isolamento e pela perda de milhares de vidas impulsionou a busca por ajuda psicológica no mundo todo. A partir daí, a sociedade passou a ver os cuidados com a saúde mental com um olhar menos estigmatizado”, comenta o coronel Waldeci Ramalho.

 

O militar explica ainda que a procura por acompanhamento psicológico ou psiquiátrico passou a ser normalizada. “Na corporação, observamos que os policiais começaram a quebrar antigos tabus, que colocavam o PM no papel de super-heróis inabaláveis”, observa. Essa mudança de cultura se reflete no número de atendimentos registrados pela corporação nos últimos três anos. Em 2021, a PMDF computou 5.093 atendimentos psicólogos e 5.308 acompanhamentos psiquiátricos. O número passou para 10.235 e 2.710, respectivamente, no ano seguinte. Já em 2023, foram 16.000 consultas com psicólogos e 3.269 com psiquiatras.

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