A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou recentemente a aprovação do medicamento oral Litfulo (ritlecitinibe) para uso diário no tratamento da alopecia areata, uma condição autoimune que afeta os folículos pilosos, resultando em perda de cabelo no couro cabeludo, face ou corpo.
A alopecia areata, que atinge cerca de 2% da população mundial, de ambos os sexos, pode causar desde falhas até a perda total do cabelo. A aprovação foi baseada nos dados do estudo randomizado, duplo cego e placebo controlado de fase 2b/3 chamado Allegro, publicado pelo The Lancet em abril de 2023.
Conduzido em 18 países, o estudo envolveu 718 pacientes com 50% ou mais de perda de cabelo do couro cabeludo, definidos a partir de avaliação utilizando a escala Severity of Alopecia Tool (SALT). Os resultados indicam que 23% dos pacientes tratados com Litfulo 50mg recuperaram 80% ou mais dos cabelos após 6 meses, comparado a 2% dos participantes que receberam placebo durante o mesmo período. Os efeitos colaterais mais comuns foram cefaleia, nasofaringite, infecção de via aérea superior, acne e náusea.
O estudo de Fase 3 Allegro-LT, de longa duração e aberto, está em andamento para investigar a segurança e eficácia do medicamento em adultos com perda de cabelo igual ou superior a 25%.
Diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro destacou a importância do avanço no tratamento da doença, uma condição que afeta não apenas adultos, mas também adolescentes.
“É animador contribuir com uma mudança na perspectiva de vida dessas pessoas uma vez que, até então, não havia opções de tratamento aprovadas para alopecia areata em adolescentes, e as opções para adultos eram bastante limitadas”, comenta.
Além do tratamento da alopecia areata, o medicamento Litfulo está sendo estudado como opção terapêutica para outras condições, incluindo vitiligo, doença de Crohn e retocolite ulcerativa. O medicamento é um inibidor de quinase, agindo especificamente na inibição da Janus quinase 3 (JAK3) e na família de tirosina quinases expressas em carcinoma hepatocelular (TEC).