O governador Ibaneis Rocha (MDB) descartou, nesta quinta-feira (12), uma possível aliança entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o MDB, encabeçada supostamente pelo deputado federal Rafael Prudente (MDB) nas eleições de 2026 do Distrito Federal. O tema tem sido comentado discretamente, já que as duas legendas integram a base do atual governo federal.
A declaração ocorreu durante entrevista do chefe do Executivo local ao GPS|Brasília, quando ele fez um balanço anual de seu segundo mandato. O conteúdo completo poderá ser acessado na edição impressa da revista de dezembro.
Na conversa, o titular do Palácio do Buriti, que também faz parte do MDB, destacou que, como o partido integra a base de sustentação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é “natural” que, no âmbito federal, Rafael Prudente possa estar envolvido como possibilidade de uma suposta aliança.
No entanto, o atual governador abordou os resultados negativos da união entre as duas legendas nas eleições passadas no DF.
“A aliança foi feita no passado nas eleições de Agnelo [Queiroz, PT] e [Tadeu] Filippelli (MDB), a quem eu respeito muito. Eleitoralmente, a união não deu certo, porque prejudicou tanto o PT quanto o MDB”, afirmou Ibaneis.
Ele enfatizou ainda que, apesar de reconhecer a importância dos nomes envolvidos, o governo resultante dessa aliança não foi considerado bem-sucedido.
“Não foi um governo bom, talvez tenha sido um dos piores do Distrito Federal”, completou.
O governador também destacou a comparação com a gestão do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que considera ter sido o pior governo do DF e de quem tirou o comando do Palácio do Buriti nas eleições de 2018.
“Agnelo só não foi pior que o governo do Rollemberg, que foi o pior da história do Distrito Federal”, reforçou.
Aliança com a esquerda
Para Ibaneis, a aliança entre o MDB e o PT foi mal compreendida pela população do DF, o que resultou em um distanciamento entre os partidos.
A respeito da especulada aliança em 2026, principalmente nos bastidores, Ibaneis expressou confiança de que Rafael Prudente, atualmente um dos deputados mais reconhecidos no cenário nacional, não seguiria por esse caminho.
“Acredito que o Rafael, que tem um futuro promissor na política, não colocaria o nome dele em algo assim. Ele vem de uma família de empresários que optou pela política e, hoje, é um deputado reconhecido nacionalmente, tanto que está presidindo uma comissão importante já no seu primeiro mandato. Por isso, tenho convicção de que o Rafael não bancaria um movimento desses com a esquerda. Não é o momento”, pontuou.
O governador ressaltou a importância do diálogo franco com Rafael, com quem diz estar mantendo conversas sobre questões de governo, incluindo temas como o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF).