Redação GPS O Brasil viveu uma noite histórica no último domingo (2), quando o filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, venceu o prêmio de Melhor Filme Internacional na 97ª edição do Oscar. O longa se tornou a primeira produção brasileira a conquistar uma estatueta, e a vitória teve uma enorme repercussão nas mídias nacional e internacional.
Desde sua estreia no Festival de Veneza, em setembro de 2024, Ainda Estou Aqui já havia chamado a atenção da crítica especializada. O El País, da Espanha, destacou a sensibilidade do roteiro e a força do protagonismo feminino na narrativa. “O filme revive com intensidade o trauma da ditadura, colocando em cena a dor de um país que ainda busca justiça”, afirmou.
Após a vitória no Oscar, veículos como The Guardian, do Reino Unido, celebraram a conquista como um marco não só para o Brasil, mas para o cinema latino-americano. “A vitória de Ainda Estou Aqui simboliza o reconhecimento internacional de histórias que há muito tempo precisavam ser contadas”, afirmou o jornal inglês.
A campanha internacional de divulgação do filme, considerada a maior já feita para uma produção brasileira, foi essencial para a vitória da estatueta. A participação em festivais de cinema como o de Toronto, Nova York e Londres ajudou a consolidar a presença do longa na corrida por prêmios. Além disso, a estratégia For Your Consideration, tradicional em Hollywood, posicionou a obra entre as favoritas da temporada.
Walter Salles | Foto: reprodução/X
Selton Mello com a estatueta conquistada pelo Brasil | Foto: reprodução/Instagram
Fernanda Torres, segunda brasileira na história a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz, também ganhou destaque na imprensa global. A Vanity Fair descreveu sua atuação como “reveladora e universal”, enquanto o Los Angeles Times apontou a atriz como “o coração pulsante do filme”. Apesar de não ter vencido o prêmio, sua indicação foi celebrada como uma vitória para o cinema brasileiro.
A conquista do Oscar de Melhor Filme Internacional aconteceu em meio ao Carnaval, o que intensificou as celebrações por todo o território nacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou a equipe, ao afirmar que o reconhecimento mundial evidencia a potência das narrativas brasileiras na luta por memória e justiça.
A trama narra a vida da família Paiva durante a ditadura militar. Quando o patriarca da casa, o ex-deputado federal Rubens Paiva (Selton Mello), é raptado pelo regime, cabe a Eunice (Fernanda Torres), manter sua família unida e lutar pelo esclarecimento do sumiço de seu marido.
A obra de Walter Salles, que é agora o primeiro brasileiro a ganhar um Oscar, se tornou um fenômeno de público e crítica, e já se consagrou como a quinta maior bilheteria na história do País. O filme já levou mais de cinco milhões de espectadores aos cinemas brasileiros.
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