A Billie Jean King Cup, maior competição entre times nacionais de tênis feminino, volta a Brasília após um hiato de 25 anos. Entre os dias 10 e 11 de novembro, no lado externo da Arena BRB, brasileiras e sul-coreanas vão disputar os playoffs para o Grupo Mundial do ano que vem. Quem vencer, fica na elite. Os preparativos já estão a todo vapor, com a construção da quadra de saibro exclusiva para abrigar os confrontos.
Pouca gente se lembra da última vez que a competição foi realizada em solo brasiliense. Há 25 anos, entre os dias 13 e 18 de abril de 1998, a Capital foi sede, pela última vez, das partidas da então Fed Cup, renomeada em 2020 para Billie Jean King Cup. Naquela ocasião, os jogos foram disputados na extinta Academia de Tênis, espaço cultural, de hotelaria e turismo que chegou a ser residência de políticos influentes e ministros, como Zélia Cardoso de Mello, Celso Lafer, Luiz Carlos Bresser Pereira, José Carlos Dias, Raul Jungmann e Alcides Tápias.
A disputa do Brasil, em 1998, era menos importante. Estava, aliás, mais para sobrevivência na terceira divisão. Figurávamos na Zona Americana. Nove seleções, divididas em três chaves, disputaram a seletiva: Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. A equipe que terminasse no primeiro lugar geral seria promovida aos play-offs do Grupo Mundial II, enquanto as equipes que ficassem em oitavo e nono seriam rebaixadas para o Grupo II (a quarta divisão) em 1999.
Na primeira fase da disputa, o Brasil caiu em um grupo complicado, o B, ao lado de Colômbia e Chile. No dia 13 de abril, Vanessa Menga, nossa melhor tenista à época, enfrentou a colombiana Mariana Mesa. A derrota por um duplo 6/2 foi uma ducha de água fria nas pretensões do Brasil. Na segunda partida, Miriam D’Agostini perdeu para Fabiola Zuluaga, que seria semifinalista no Australian Open de 2004, por 1/6 e 5/7. Nas duplas, vitória de Miriam e Vanessa por 6/1, 2/6 e 6/2.
No dia seguinte, Mariana Mesa e Fabíola Zuluaga repetiram o 2 x 1 sobre o Chile, com vitórias nas simples sobre Barbara Castro (6/4 e 6/2) e Paula Cabezas (6/1 e 6/2). Nas duplas, vitória das chilenas por 4/6, 7/6 (7/5 no tie-break) e 6/2. Sem chance de ir para a chave que decidiria a vaga para o Grupo Mundial II, o Brasil pegou, no dia 15, as chilenas e venceu por 2 x 1: Vanessa Menga fez um duplo 6/2 em Bárbara Castro. A chilena Paula Cabezas venceu Miriam D’Agostini por 6/2, 2/6 e 6/3. Nas duplas, Menga e D’Agostini bateram as chilenas por 7/5, 3/6 e 8/6.
Na fase seguinte, sem possibilidade de cair para a chave inferior da Zona Americana, as brasileiras ficaram no Grupo B, agora com as outras duas segundas colocadas nas demais chaves, as canadenses e as equatorianas. No dia 16, o Brasil fez 2 x 0 no Equador, com vitórias de Vanessa Menga sobre María Dolores Campana, por 7/5 e 6/3, e de Miriam D’Agostini sobre Alexandra Guzmán, por 6/4 e 6/2. Os dois times optaram por não disputar a partida de duplas.
Finalmente, no dia 18, a participação brasileira chegou ao fim na edição daquele ano, diante das canadenses. E foram três derrotas: Jana Nejedly fez 6/4 e 6/3 em Joana Cortez; Sonya Jeyaseelan marcou 6/1 e 6/2 em Vanessa Menga; e Sonya Jeyaseelan e Rene Simpson derrotaram Miriam D’Agostini e Vanessa Menga por 6/4 e 7/6 (8/6).
Outro tênis, outros tempos. A Academia de Tênis não existe mais e a quadra será na Arena BRB. O desafio está nas mãos de jogadoras mais bem colocadas nos rankings, como Beatriz Haddad Maia, Laura Pigossi, Luisa Stefani, Carolina Meligeni e Ingrid Martins. Basta torcer pelo Time Brasil BRB de Tênis.