O Boletim Epidemiológico de Controle do Tabagismo do DF mostra que o percentual de pessoas que usam tabaco no Distrito Federal é de 8,4%, ou 205 mil usuários, queda de quatro pontos percentuais em comparação com 2019, quando o índice era de 12% (mais de 271 mil usuários). Na contramão, a Capital está em primeiro quanto ao percentual de adultos que usam vapes, com 5,7%.
“O DF deu uma melhorada em relação à prevalência de cigarros, mas, no uso de cigarro eletrônico, está em primeiro lugar. Os jovens estão utilizando vape cada vez mais cedo. E a dependência da substância sintética é bem maior”, relata o coordenador do Programa de Controle do Tabagismo no DF, Saulo Viana.
Programa oferece tratamento contra cigarros e vapes
Para tentar combater o vício, tanto em cigarros quanto em vapes, a Secretaria de Saúde do DF tem o Programa de Controle do Tabagismo, que atendeu 1.728 pacientes apenas no ano passado. Nos primeiros quatro meses deste ano, 800 fumantes procuraram o serviço gratuito. No programa são oferecidos atendimento médico, acompanhamento profissional e medicamentos, se necessário.
Os cigarros eletrônicos, muitas vezes apresentados como alternativa mais segura aos cigarros ditos convencionais, não são inofensivos. Eles contêm nicotina altamente viciante e diversos compostos químicos que podem causar inflamações, lesões pulmonares e prejuízos cardiovasculares”, alerta Nancilene Melo, referência técnica em tabagismo da secretaria.
Segundo ela, a indústria modifica cheiros, sabores e aparência dos vapes para atrair mais jovens ao consumo. Ela também destaca que não existe nível seguro de exposição ao tabaco e que todas as formas de uso são prejudiciais. Além disso, o uso por adolescentes e jovens é preocupante, já que o cérebro é mais suscetível aos efeitos da dependência.
Estudos mostram que muitos usuários acabam se tornando duplos consumidores, mantendo o cigarro tradicional e o eletrônico. Por trás desses dispositivos com aparência moderna, há uma indústria que se reinventa para manter as pessoas presas à nicotina e aos riscos que ela traz para a saúde”, acrescenta.
Fator de risco para câncer
O tabagismo é o principal responsável por 85% dos casos de câncer de pulmão. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), de 2023 ao início de 2025, o Brasil registrou 704 mil novos casos de câncer por ano, sendo 32 mil de pulmão. O subsecretário da Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos, afirma que o controle do tabagismo salva vidas, reduz custos e melhora a qualidade de vida.
“A Vigilância Sanitária tem atuado de maneira forte no comércio de cigarros eletrônicos, por meio das autuações nas madrugadas, e na educação da população”, disse.
O Programa de Controle do Tabagismo é oferecido em 78 unidades de saúde. A lista pode ser consultada clicando aqui. Interessados podem procurar a unidade mais próxima, onde serão acolhidos e receberão as informações necessárias. Interessados também podem acessar o site. Confira a lista completa com os centros de atendimento.