O ex-deputado americano George Santos, filho de brasileiros e protagonista de um dos maiores escândalos políticos recentes dos Estados Unidos, se entregou às autoridades nesta sexta-feira (25) para cumprir pena de sete anos de prisão por fraude e falsidade ideológica.
Condenado em abril, Santos compareceu ao presídio federal de Fairton, em Nova Jersey, no último dia do prazo estipulado pela Justiça. Segundo a imprensa americana, ele começará a cumprir a pena, após acordo judicial em que também se comprometeu a pagar cerca de US$ 580 mil em multas.
O ex-parlamentar, que ganhou notoriedade ao ser eleito em 2022 pelo Partido Republicano para representar um distrito tradicionalmente democrata em Nova York, caiu após várias revelações sobre sua verdadeira história. Mentiu sobre formação acadêmica, carreira profissional e até seu histórico familiar. Também admitiu ter cometido fraude eletrônica e roubado a identidade de pelo menos dez pessoas, inclusive parentes, para financiar sua campanha ao Congresso.
Em carta enviada ao tribunal antes da sentença, Santos disse estar “profundamente envergonhado” pelos crimes, mas classificou como “severa demais” a pena solicitada pelos promotores.
Nas redes sociais, adotou tom sarcástico ao se despedir dos apoiadores. “Aos meus apoiadores: vocês fizeram esse cabaré político valer a pena. Aos críticos: obrigado pela publicidade gratuita. Talvez eu esteja saindo de cena (por enquanto), mas acreditem: lendas nunca se despedem de verdade”, escreveu na noite anterior à prisão.
Durante o breve mandato, que durou pouco mais de um ano antes de sua expulsão da Câmara em 2023, Santos foi alvo de diversas investigações. Além das fraudes financeiras, enfrentou acusações éticas e criminais relacionadas à maneira como financiou sua campanha.
Apesar do tom de despedida, Santos deu sinais de que pode tentar retornar à cena política no futuro. “Para os haters… bem, vocês são uma parte impactante de como as pessoas moldam a si mesmas, e vocês me deixaram muito mais forte e com a pele mais grossa!”, escreveu em outra publicação. E concluiu com uma reflexão: “Aprendi que, não importa se somos de esquerda, direita ou centro, somos todos humanos… e temos um superpoder que valorizo muito: a compaixão.”