Nesta quarta-feira (23), o artista francês JR aterrissa na capital federal para fotografar os brasilienses que quiserem fazer parte do seu projeto, chamado Inside Out. A iniciativa é uma plataforma participativa que ajuda indivíduos e comunidades a transmitirem uma mensagem por meio de retratos em preto e branco em grande escala, colados como lambe-lambe em espaços públicos de mais de diversos países.
Será um mural interativo com 200 fotos, que ficará em exibição até julho de 2025 na Caixa Cultural Brasília como parte da mostra Frequências Urbanas – uma voz única no diálogo coletivo. Os interessados serão fotografados em um caminhão-estúdio, e as imagens serão exibidas nos muros do entorno do centro cultural.

Obra de El Seed

Obra de Kouka
Em um contexto de celebração, a mostra reunirá obras de artistas renomados de diferentes culturas – brasileira, francesa, congolesa, tunisiana e norte-americana – com o objetivo de proporcionar um intercâmbio cultural e artístico de grande impacto ao público.
“A exposição se posiciona como uma encruzilhada vibrante na qual artistas de diversas origens e com múltiplas raízes se encontram para celebrar a essência da arte urbana”, destaca o curador e artista da exposição, RERO. “Esse movimento, tanto local quanto global, reflete uma cultura em constante evolução, com cada artista trazendo sua voz única enquanto participa de um diálogo coletivo”, acredita.
Uma das propostas da mostra é renovar a experiência do projeto Street Art, em que foram exibidas obras de renome internacional como dos artistas Banksy e JeF Aerosol, que alcançaram grande sucesso de público e de mídia.
“Agora, Frequências Urbanas traz novos nomes para expandir o impacto da arte urbana no Brasil, visando ainda o fortalecimento da relação entre artistas estrangeiros e brasileiros e trocas culturais, em especial a relação entre Brasil e França, que celebram neste ano de 2025 uma parceria de promoção cultural”, diz Luiz Prado, curador e produtor da exposição.

Instalação de RERO

Obra de Cyrcle
A mostra reflete, ainda, a diversidade cultural de Brasília, no mês em que a capital federal completa 65 anos de sua inauguração, em 21 de abril. “Inauguramos a exposição na semana de aniversário da cidade, convidando o público a ser fotografado pelo projeto Inside Out, participando da confecção de um mural de mais de 150 m² que mostra a diversidade, a mistura e as diferenças múltiplas que formaram a população de Brasília”, diz Prado.
Estarão em exibição na exposição Frequências Urbanas as obras dos seguintes artistas e coletivos:
Cripta Djan é pichador, artista, ativista e documentarista que tem a pichação como eixo central de sua trajetória nos espaços urbanos. Sua atuação representa e reivindica a figura do pichador nos campos político, acadêmico, artístico e cinematográfico.
Seu trabalho transita entre o desenho e a escrita, a forma e a contra forma, o legível e o ilegível, o certo e o errado. Começou sua história nas ruas de Itapevi, na Grande São Paulo, e hoje tem seu trabalho reconhecido internacionalmente, levando a linguagem da pichação para centros de arte contemporânea ao redor do mundo

Cripta
CYRCLE
CYRCLE é um coletivo formado pelos artistas americanos David Leavitt e David Torres, de Los Angeles, Califórnia (EUA). Suas obras enfatizam a vida, a dualidade e a condição humana compartilhada com a contemplação estética da forma, tipo de letra e cor.
A dupla trabalha em diversas mídias, desde a investigação da forma até o incentivo à participação, os desafios do CYRCLE e, ao mesmo tempo, abrangem todo o continuum do que é arte.
Pintor franco-congolês, Kouka Ntadi é nascido em Paris, em 1981, neto do pintor expressionista Francis Gruber. O artista confronta suas origens, tanto em suas telas quanto na rua. Explorando diferentes formas de retrato, ele desenvolve seus temas de pesquisa em torno da essência do Homem e da identidade.
Sua pintura brinca com os códigos do grafite para melhor tocar o cerne da pesquisa sobre o estatuto da imagem. Desde seus famosos “Guerreiros Bantu”, sua primeira marca urbana, ele tem nos lembrado constantemente que o espaço público, assim como o mundo, não pertence a ninguém.

Kouka
Na intersecção de práticas urbanas, land art e criação conceitual inspirada por Duchamp, Debord e, claro, Roland Barthes, Rero questiona a retórica da imagem e sua “cadeia flutuante de significados”.
As obras de arte intrigantes e luminosas do artista, infundidas com um senso moderno e transgressivo de poesia, suas instalações inovadoras e descomunais se espalharam pelo mundo. Para Rero, “a arte é um sistema de alarme que busca despertar o músculo atrofiado da sensibilidade coletiva”, escreveu o crítico de arte Achille Bonito Oliva.

Rero | Foto: TheOnePointEight
Artista carioca de 18 anos, Luísa Pimenta é um jovem talento e grande promessa do cenário artístico atual. Ela se nutriu da efervescência da cena do grafiti de rua nos EUA, transformando todas as influências e pluralidades da arte urbana norte-americana em traços marcantes que se misturam com suas raízes brasileiras.
Suas obras são uma verdadeira janela para sua alma. Com expressões viscerais, traços firmes e impactantes, Luísa compartilha seus afetos e percepções do mundo de forma autêntica e repleta de sensibilidade, se comunicando com o espectador de forma intensa e tocante.
Kássia Borges Karajá é artista visual, pesquisadora, professora e curadora. Pesquisa principalmente questões em torno da mulher e da ancestralidade. Partindo dos conhecimentos da tradicional cerâmica Karajá, se debruça, sobretudo, no barro para suas criações contemporâneas.
Além de sua investigação em cerâmica, é membro também do coletivo MAHKU (Movimento dos artistas Huni Kuin), destaque na 60ª edição da Bienal de Veneza, com participação em salões e exposições em instituições nacionais e internacionais.
EL Seed é um artista que combina pintura e escultura para criar uma linguagem visual única, inspirada na tradição da caligrafia e na pulsação da arte urbana. Seu trabalho se destaca por camadas intrincadas de cores, símbolos e letras, que expressam mensagens universais sobre coexistência, paz e liberdade.
A identidade, a herança cultural e o desejo humano por conexão e pertencimento são temas que atravessam sua obra. Por meio de sua arte, EL Seed dá visibilidade às comunidades com as quais se relaciona, utilizando a linguagem como ponte para o diálogo e a construção de um senso de coletividade.

El Seed
Serviço
Fotos: Inside Out Project em Brasília
Data: quarta-feira, 23 de abril
Horário: das 14h às 20h
Local: estacionamento da Caixa Cultural Brasília
Frequências Urbanas – Uma voz única no diálogo coletivo
Local: CAIXA Cultural Brasília: Setor Bancário Sul – Quadra 4, Lotes 3/4 – Brasília-DF
Abertura: 23 de abril, às 19h
Temporada: de 24 de abril a 20 de julho de 2025
Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 21h
Classificação indicativa: livre
Entrada gratuita