Os números são assustadores. No Brasil, cerca de 10 milhões de brasileiros apresentam alguma doença renal, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Desse montante, aproximadamente 140 mil estão em tratamento dialítico, e mais de 30 mil vivem com transplante de rim.
Segundo o nefrologista Alexandre Mannis, a doença renal crônica (DRC) é progressiva e seus estágios iniciais não apresentam sintomas. “Quando os sinais aparecem, como fadiga, inchaço, alterações na urina ou pressão alta, a patologia já pode estar em estágio avançado”, explica.
Nos casos de pacientes que já convivem com a DRC, a alimentação merece uma atenção especial. Um exemplo desse controle com a dieta é o consumo de sal, que, de acordo com o médico, deve ser reduzido.
Ainda, alimentos com fósforo e potássio devem ser consumidos com moderação ou com indicação médica, pois, apesar de não piorarem a função renal, podem desencadear consequências prejudiciais aos ossos, coração e artérias.
Confira alguns alimentos que precisam de atenção nas dietas dos pacientes com doença renal crônica:
Potássio: presente em alimentos como banana, laranja, batata-doce e verduras verde-escuras, o potássio deve ser consumido com moderação. Uma forma de diminuir seu teor é ferver os vegetais por 30 minutos, descartando a água após o cozimento;
Fósforo: encontrado em proteínas animais, laticínios e alimentos industrializados, o fósforo pode ser difícil de excretar em pacientes com DRC. A restrição proteica é recomendada quando a taxa de filtração glomerular (TFG) cai abaixo de 60 ml/min;
Sódio: alimentos processados e embutidos, como salgadinhos, enlatados e frios, devem ser evitados devido ao alto teor de sódio, que pode sobrecarregar os rins;
Carambola: proibida para pacientes renais, a fruta contém uma toxina que, em pessoas com insuficiência renal, pode se acumular no organismo e causar danos ao sistema nervoso central;
Água de coco, isotônicos e Whey Protein: esses produtos contêm altos níveis de potássio e sódio, que podem ser prejudiciais para quem tem função renal comprometida.
O médico ainda ressalta que a hidratação é outro ponto importante para os pacientes, já que a ingestão de líquidos deve ser ajustada de acordo com o volume urinário de cada um. Aqueles com volume reduzido devem limitar a ingestão hídrica para evitar sobrecarga de fluidos.