GPS Brasília comscore

Xadrez político no DF: as peças-chave para a sucessão de Ibaneis Rocha em 2026

Impossibilitado para nova eleição ao Buriti, governador terá Celina e outros nomes estratégicos para manter atual aliança

Com a reeleição impossibilitada pela Justiça Eleitoral, já que está no segundo mandato consecutivo, o governador Ibaneis Rocha (MDB) articula movimentos que serão estratégicos para garantir a continuidade de seu grupo político no comando do Executivo local. O futuro de cada peça desse tabuleiro de xadrez pode ser decisivo para que o emedebista se mantenha como principal articulador para um próximo mandato vitorioso na capital federal. 

Pela tendência atual, a transição prevê que Celina Leão (PP), atual vice-governadora, assuma a cabeça de chapa em 2026, com seu nome sendo a escolha natural para a candidatura ao Palácio do Buriti, especialmente se Ibaneis realmente decidir disputar uma vaga ao Senado Federal.

Caso esse cenário se confirme, a expectativa é de que Celina Leão assuma o governo local em abril de 2026, quando o emedebista terá de se afastar oficialmente para se dedicar à campanha ao Senado.

Com o possível apoio do emedebista e de sua base política, caso se mantenha, Celina também terá de se preparar para manter a coalizão rumo às eleições do ano que vem.

Um exemplo é a escolha do vice ou da nova candidata a vice-governadora e, ainda, dos ou das suplentes para as duas vagas ao Senado da chapa, os quais serão determinantes para fortalecer a aliança e assegurar o apoio necessário em 2026.

Além de Ibaneis Rocha, a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro (PL) é cotada ao Senado para garantir a estratégia dos conservadores de ter a maioria dos votos dentro da câmara alta do Congresso Nacional.

Ibaneis Rocha e Celina Leão | Foto: João Pontes/GPS

Ibaneis Rocha e Celina Leão | Foto: João Pontes/GPS

Câmara Legislativa

O atual presidente da Câmara Legislativa (CLDF), Wellington Luiz, é um nome que se destaca como peça-chave nesse tabuleiro.

Cotado tanto para uma cadeira no Tribunal de Contas (TCDF) quanto para integrar a futura chapa majoritária (como vice, por exemplo), o também presidente do MDB-DF demostrou força ao garantir sua reeleição no comando da CLDF.

O parlamentar conquistou apoio da base e oposição para conquistar a recondução ao cargo por decisão unânime dos deputados distritais, o que é raro em Brasília.

Outro ponto positivo do emedebista é que a atual legislatura da CLDF tem como marca a relação harmônica e republicana com o Executivo local.

Diferentemente de governos passados, quando prevalecia o famoso “toma-lá-dá-cá” para a aprovação de projetos, a nova dinâmica da Casa comandada pelo policial civil aposentado envolve diálogos constantes entre governo, a própria base e ainda a oposição, o que tem ajudado a aprimorar propostas importantes que passam pela avaliação dos deputados distritais.

Deputado Wellington Luiz

Deputado Wellington Luiz (MDB) | Foto: material cedido ao GPS|Brasília

Forças políticas

Há ainda outras figuras importantes para a manutenção da coalização criada por Ibaneis Rocha. O ex-senador Paulo Octávio, o qual preside o Partido Social Democrático (PSD) no Distrito Federal, também terá um peso inegável para a sedimentação da ampla aliança política com o objetivo de manter as atuais siglas contempladas no primeiro escalão do Palácio do Buriti.

Além de pertencer à legenda que mais elegeu prefeitos no ano passado, o empresário é muito próximo ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, o qual tem colecionado excelentes resultados, tanto políticos quanto eleitorais, pela reconhecida visão estratégica desde quando decidiu reconstruir e liderar o partido que elegeu Juscelino Kubitschek.

PSD3

Gilberto Kassab e Paulo Octávio: articulações levam o PSD a defender o FCDF. Foto: Rayra Paiva

Outros nomes, como a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) também terão seus protagonismos na construção dessa possível chapa em 2026.

Com mandato até 2030, a ex-ministra conta com o voto dos evangélicos, um eleitorado leal e de peso na capital federal. Já Bia Kicis carrega consigo o apoio dos bolsonaristas, já que é tida como uma das mais fiéis aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Embora tenha a grande maioria dos eleitores no DF, segundo os resultados das últimas eleições presidenciais, Bolsonaro está atualmente inelegível após decisão colegiada do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Mesmo assim, o ex-presidente terá força inquestionável para impulsionar candidaturas na capital federal e a deputada terá papel importante nessa articulação local.

Damares Alves e Bia Kicis

Damares Alves e Bia Kicis | Reprodução

Influência nacional

Como tudo pode acontecer quando o assunto é política, nesse tabuleiro complexo, o qual contará logicamente com outros personagens, há ainda mais um detalhe para apimentar as decisões.

Na esfera nacional, o MDB, partido de Ibaneis e de Wellington Luiz, integra a base de apoio do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

A aproximação garante uma brecha, por menor que seja, para que uma composição partidária entre as siglas possa ocorrer regionalmente, como a de Agnelo Queiroz  e Tadeu Filippelli, em 2010.

Contudo, a junção dos dois partidos, ainda que desacreditada internamente, dependerá, obviamente, da avaliação positiva dos brasilienses sobre Lula em 2026 e, claro, se os mais altos caciques decidirem que os dois partidos devam andar de mãos dadas também no Distrito Federal. 

Leia também:

Veja também

A verdadeira beleza da pele vai muito além dos cuidados …

Aproveite a chegada da nova estação para variar nos rótulos

GPS Brasília é um portal de notícias completo, com cobertura dos assuntos mais relevantes, reportagens especiais, entrevistas exclusivas e interação com a audiência e com uma atenção especial para os interesses de Brasília.

Edição 41

Siga o GPS

Newsletter

@2024 – Todos os direitos reservados.

Site por: Código 1 TI