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Wellington Fagundes defende Bolsonaro ao questionar relatório da PF sobre 8 de Janeiro

Senador criticou fragilidade do documento e aponta riscos à liberdade de expressão e à presunção de inocência

O senador Wellington Fagundes (PL/MT) criticou, nesta terça-feira (03), no plenário do Senado Federal, o relatório da Polícia Federal (PF) sobre os eventos de 2022, incluindo o 8 de Janeiro.

O documento, que teve o sigilo levantado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) e pode levar a uma denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas indiciadas.

Fagundes classificou o relatório como “frágil” e “repleto de conjecturas”, questionando as conclusões apresentadas.

“Em vez de ser uma investigação rigorosa e imparcial, o relatório mais parece um enredo mal estruturado, claramente direcionado a incriminar Bolsonaro. Baseia-se em premissas frágeis, interpretações subjetivas e carece de evidências concretas”, declarou o senador.

O parlamentar apontou o que considera falhas graves no processo, destacando a ausência de provas que sustentem a hipótese de um planejamento iniciado em 2019.

“Se as provas eram tão contundentes, por que não houve medidas mais incisivas desde o início? O relatório criminaliza opiniões e se apoia em documentos não oficiais, como uma minuta de decreto nunca assinada, para embasar acusações”, questionou.

Fagundes também defendeu que o debate sobre as urnas eletrônicas é legítimo em uma democracia. “Transformar críticas em crimes de opinião estabelece um precedente perigoso e coloca em risco a liberdade de expressão”, afirmou.

“Presunção de inocência”

O senador criticou ainda a proibição imposta a Bolsonaro, como militar da reserva, de participar de cerimônias militares públicas.

“É um absurdo privar um cidadão, especialmente um ex-presidente, de seu direito de ir e vir em eventos públicos. Isso é incompatível com um Estado democrático de direito”, pontuou.

No fim do discurso, Fagundes apelou por equilíbrio e responsabilidade nas apurações.

“A busca por justiça não pode se transformar em uma caça às bruxas. O Brasil precisa de um Judiciário imparcial e de uma classe política comprometida com pautas que promovam o desenvolvimento e a transparência”, concluiu.

A PGR ainda não se manifestou sobre o possível oferecimento de denúncia com base no relatório da Polícia Federal.

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