Passaram-se 11 anos desde a primeira aventura solo do **Gato de Botas** e 18 desde que o personagem irrompeu no universo da _DreamWorks_. Rememorando: o _Gato de Botas_, como personagem, é uma criação do **francês Charles Perrault**. Data do século 17. Deixado como herança por um moleiro para o terceiro de seus filhos, o gato é considerado **inútil** pelo novo dono, mas é esperto e tanto faz que consegue casá-lo com a filha do rei.
Sendo, basicamente, uma trama envolvendo **personagens masculinos** – o moleiro, seus filhos, o rei, o gato -, basta invocar _Carl Gustav Jung_ para fundamentar uma interpretação possível nessa história toda. O filho do moleiro, na verdade, está querendo integrar os aspectos femininos da sua **psique**. O gato muitas vezes foi identificado com a mulher.
**Aventura**
Na versão da _DreamWorks_, o gato é um exímio espadachim. Fala, originalmente, com a voz de **Antonio Banderas**. Agora, em Gato de Botas 2, ele gastou oito das suas nove vidas. Tentando restaurá-las, entra na floresta cheia de perigos para sua maior aventura. Joel Crawford substitui Chris Miller na direção.
Crawford usa **técnicas** de ponta que mesclam 2D e 3D, integrando **canções e humor.** _Fearless Hero, Por Que Te Vás?, La Vida Es Una_ embalam a ação. Mas a essência ainda é o olhar crítico, **desmistificador**, sobre os contos de fadas. Adultos e crianças vão se divertir bastante. A obra possui camadas.
Sua riqueza de **temas** abrange companheirismo, traumas de infância, a necessidade – e dificuldade – de confiar no outro, a (re)definição do conceito de família, a morte. Não por acaso, Gato de Botas 2 tem um subtítulo – _O Último Pedido_. O filme está sendo lançado em **cópias dubladas e legendadas**. Vale procurar pelas legendadas, com a voz de Banderas. A boa surpresa – Wagner Moura como o _Lobo Mau_ original.