Você já ouviu falar? Lendas nutrem imaginação sobre a construção de Brasília

Icônica capital do Brasil, Brasília é conhecida por sua arquitetura modernista, com monumentos grandiosos de Oscar Niemeyer, e pelo planejamento urbanístico único assinado por Lúcio Costa.

 

No entanto, além de sua história oficial, idealizada e coordenada pelo eterno presidente Juscelino Kubitschek, a construção da cidade guarda uma série de mistérios e lendas urbanas que fascinam moradores, visitantes e turistas.

 

Nesta reportagem especial, o GPS (que ama o nosso quadradinho) mergulhou nos casos que são recontados há décadas, principalmente por pioneiros e seus descendentes, e cercam de magia o período de criação da cidade, um marco na história do Brasil.

 

Entre relatos sobre fantasmas, tesouros escondidos e construções inexplicáveis, Brasília se revela uma cidade com muito mais a ser explorado, além, claro, da rica história política e arquitetônica.

Você já ouviu falar de alguma delas?

 

O túnel secreto do Palácio do Planalto

O Palácio do Planalto é um dos símbolos mais conhecidos de Brasília, e circulam histórias sobre um suposto túnel secreto que ligaria o palácio a outros pontos da cidade. Algumas lendas sugerem que esse túnel foi construído para permitir a fuga rápida do presidente em caso de emergência, enquanto outras afirmam que ele foi usado para atividades clandestinas. Apesar de nunca ter sido confirmada a existência do túnel, a especulação sobre sua presença continua a intrigar os curiosos.

 

A “reencarnação de Akhenaton”: uma lenda curiosa

Uma das lendas mais surpreendentes da construção de Brasília é a teoria que afirma que Juscelino Kubitschek era a reencarnação de Akhenaton, o lendário faraó do Egito Antigo. Segundo a lenda, Brasília foi concebida com base na cidade de Akhenaton, e ambos os locais teriam formas semelhantes: Brasília assemelha-se a um avião, enquanto Akhenaton era simbolizado por um pássaro com asas de 16 quilômetros de envergadura.

 

Mais coincidências surgem quando se observa que as duas cidades foram construídas em quatro anos, no centro de seus respectivos países, e ambas possuíam lagos artificiais para amenizar o clima. Curiosamente, tanto Juscelino quanto o faraó morreram 16 anos após a inauguração das cidades que encomendaram, ambos vítimas de mortes trágicas.

Um designer chegou a unir as curiosas semelhanças entre a capital federal e Akhetaton, capital do antigo Egito. Com auxílio de um programa de inteligência artificial, Rodrigo Alvarez conectou as duas cidades de uma forma jamais vista para uma exposição virtual e gratuita (veja aqui).

 

A lenda do Lago Paranoá: um amor proibido

Entre as lendas mais antigas de Brasília está a emocionante história do Lago Paranoá. Segundo a narrativa, na área onde a cidade foi construída, vivia a tribo Goiases, e lá cresceu um jovem índio chamado Paranoá, órfão criado pelo cacique da tribo. O destino reservou-lhe uma promessa divina: receber uma linda mulher como companheira e juntos povoariam o local.

 

O encontro de Paranoá com a misteriosa mulher chamada Brasília desencadeou uma paixão avassaladora. Entretanto, Tupã, o deus do trovão, não aprovou o amor proibido e transformou Paranoá em um lago, que com os braços estendidos tenta alcançar sua amada, que foi transformada em terra e, posteriormente, na cidade que hoje conhecemos como Brasília.

 

Mistérios do Teatro Nacional: histórias sobrenaturais

Em reforma para a reabertura, o majestoso Teatro Nacional de Brasília Cláudio Santoro é palco de inúmeras lendas e histórias sobrenaturais. Entre os relatos dos funcionários estão elevadores que se movimentam misteriosamente sem comando, a presença do fantasma de uma bailarina que dança no palco durante a noite e instrumentos musicais que tocam por si só. 

 

Brincadeiras entre os funcionários, como soltar bonecos no palco para assustar colegas de trabalho, também se tornaram parte da tradição do teatro.

 

Imagem da finalização do Palácio do Planalto | Foto: ArPDF/Reprodução

 

A lenda dos buracos nas paredes

Uma das lendas mais famosas da construção de Brasília envolve os buracos que surgiram nas paredes dos prédios e casas construídos na década de 1960. Segundo a história, um trabalhador insatisfeito com as condições de trabalho e o ritmo exaustivo da construção amaldiçoou a cidade, dizendo que ela nunca ficaria completa. Desde então, os buracos inexplicáveis nas paredes seriam um sinal da maldição. Muitos moradores e operários relatam terem visto os buracos aparecerem de uma hora para outra, mesmo após reparações e restaurações.

 

O “fantasma do operário”

Outra lenda que se espalhou pelos canteiros de obras é a história de um operário que teria morrido em um acidente de trabalho durante a construção da cidade. De acordo com relatos, a presença espectral dele ainda seria vista vagando pelas áreas em que trabalhou, principalmente durante a noite. 

 

Alguns trabalhadores afirmam ter ouvido vozes ou avistado uma figura etérea na região central da capital. Essa história alimenta o folclore local e até hoje é lembrada pelos familiares de operários da construção da capital federal.

 

O caso dos projetos enterrados

Dizem que Brasília é uma cidade repleta de projetos urbanísticos, arquitetônicos e culturais que foram enterrados e nunca chegaram a ser concretizados. Alguns acreditam que esses projetos foram esquecidos ou abandonados devido a questões políticas, orçamentárias ou supersticiosas. Entre esses projetos, fala-se de prédios soterrados, museus inacabados e parques esquecidos que estariam escondidos sob a terra da capital.

 

O “tesouro escondido”

Uma das lendas mais fantásticas da construção de Brasília é a existência de um tesouro escondido em algum lugar da cidade. Segundo a história, durante a construção da capital, alguns operários teriam encontrado um cofre misterioso enterrado nas redondezas. O que estaria dentro desse tesouro é motivo de especulação e imaginação, mas a lenda continua a alimentar a curiosidade de caçadores de tesouros e aventureiros.

 

A “loira da W3 Sul:” o mistério da noite

Uma das lendas urbanas mais conhecidas de Brasília é a história da “Loira da W3”. Conta-se que, após a inauguração da cidade, um taxista teve uma experiência sobrenatural durante uma corrida de madrugada. Ele teria dado carona a uma bela mulher loira, que pediu para ser levada ao cemitério. Ao chegar lá, a misteriosa mulher desapareceu do carro sem deixar vestígios. Desde então, os taxistas mais antigos evitam pegar passageiras loiras na W3 durante a madrugada.

 

O espírito de Dom Bosco, padroeiro de Brasília

A figura de Dom Bosco, conhecido educador e sacerdote italiano, também é cercada de mistério em Brasília. Acredita-se que ele tenha tido um sonho premonitório sobre a construção da cidade. No monumento Ermida Dom Bosco, relatos de aparições de um padre usando batina preta alimentam a crença de sua presença divina.

 

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