A influenciadora Virginia Fonseca negou, nesta terça-feira (13), ter recebido percentual de contratos relacionados a publicidades em função das perdas de seguidores em sites de apostas. Ela deu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets do Senado.
De acordo com a influenciadora, seu contrato com a empresa de apostas previa que se a empresa dobrasse o lucro, ela receberia 30% a mais do valor definido. Segundo ela, isso nunca ocorreu. Vale lembrar que os lucros deste tipo de sites vêm da perda do público.
“Nunca recebi R$ 1 a mais do que o meu contrato de publicidade que eu fiz por 18 meses. Era um valor fixo, se eu dobrasse o lucro [da empresa contratante], eu receberia 30% a mais da empresa, mas isso não chegou a acontecer”, disse a influenciadora. Segundo ela, essa é uma “cláusula padrão” de seus contratos, e não exclusivamente relacionado à bets.
Além disso, ela se negou a responder o maior valor recebido por estas casas. “Me reservo ao direito de ficar calada”, disse. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido de habeas corpus da defesa de Virginia de não se autoincriminar.
A presença da influenciadora foi sugerida pela relatora da CPI, senadora Soraya Thornicke (Podemos-MS). “Nos últimos anos, a influenciadora esteve envolvida em campanhas de marketing para casas de apostas, utilizando sua ampla base de seguidores para divulgar essas atividades”, afirmou a relatora no pedido de convocação.
A CPI tem o objetivo de apurar a influência dos jogos de apostas online no orçamento das famílias brasileiras, além de possível associação com organizações criminosas envolvidas em lavagem de dinheiro.