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Vice-presidente do Senado critica MP de Haddad

A medida provisória que busca a reoneração de diversos setores da economia continua enfrentando resistência no Congresso Nacional. No entanto, esse sentimento alcançou a base governista, resultando na oposição do primeiro-vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), um aliado de longa data do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vital do Rêgo foi o relator da prorrogação da desoneração até 2027 no Senado. As informações são do Correio Braziliense.

Em entrevista, o senador afirmou que o governo cometeu um equívoco ao abordar esse tema por meio de uma medida provisória, sugerindo que deveria ter optado por um projeto de lei. Ele ressaltou que a escolha da abordagem gerou um “mal-estar” entre colegas da base com os quais dialoga.

Na semana passada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), referiu-se à MP como uma “estranheza” e indicou que analisará o texto, sinalizando a possibilidade de devolvê-lo ao Executivo.

Vital do Rêgo revelou que tem conversado com senadores aliados, constatando um significativo descontentamento. O senador expressou: “Evidentemente, tenho falado com alguns companheiros, inclusive no nosso grupo, e é considerável a parcela que externou seu descontentamento. Há um descontentamento considerável.”

Para o vice-presidente do Senado, o governo deveria ter buscado diálogo antes de enviar a medida. Ele acrescentou: “Eu, pessoalmente, que sou da base, acho que o governo deveria ter conversado antes. Fui relator da matéria, que passou com folga nas duas casas. Por larga vantagem. Só depois que o governo reagiu, com os vetos (de Lula), que derrubamos. É uma questão também de respeito ao Congresso. Poderia ter encaminhado um projeto, em vez da MP.”

“Como sabemos, uma MP já impõe, tem vigência imediata. Isso cria complicadores para qualquer um desses setores da economia. A base, não falei com o pessoal do PT, demonstrou esse mal-estar. A matéria foi debatida exaustivamente no Congresso.”

Vital do Rêgo destacou que ainda não teve uma conversa com Pacheco sobre o assunto. Ele acredita que a devolução da MP seria “desconfortável” para o governo, mas aposta na possibilidade de um diálogo, salientando que o presidente do Senado não é propenso a atitudes impetuosas. O senador concluiu: “É uma matéria que, não diria corrigir, mas o governo deveria mudar. O presidente Rodrigo é do diálogo, atua sempre com bastante equilíbrio e não é dado a arroubos.”

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