A partir do próximo verão, turistas que chegarem às ilhas gregas de Santorini e Mykonos a bordo de navios de cruzeiro terão que pagar uma taxa de 20 euros (quase R$ 125), anunciou neste domingo (8) o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis. A iniciativa tem como objetivo reduzir os impactos negativos do turismo excessivo nesses destinos durante a alta temporada.
O turismo é um dos pilares da economia grega, responsável por cerca de 20 bilhões de euros em receitas em 2023 e atraindo quase 31 milhões de turistas. Contudo, em ilhas como Santorini, onde a população permanente é de apenas 20 mil pessoas, a sobrecarga provocada pelo turismo de massa vem gerando preocupação. “O transporte marítimo de cruzeiros sobrecarregou Santorini e Mykonos, e é por isso que estamos tomando medidas para intervir”, afirmou Mitsotakis.
Apesar da relevância do turismo para o país, Mitsotakis esclareceu que o problema de excesso de visitantes é limitado a certas regiões e períodos do ano. “A Grécia não enfrenta um problema estrutural de excesso de turismo. São alguns destinos específicos que sofrem com esse impacto em semanas ou meses determinados”, explicou o primeiro-ministro.
Em resposta, além da nova taxa para navios de cruzeiro, o governo pretende limitar o número de embarcações que podem atracar simultaneamente nesses destinos. Parte da receita arrecadada com a taxa será revertida em investimentos nas comunidades locais, ajudando a melhorar a infraestrutura das ilhas.
A sobrecarga do turismo tem provocado manifestações em Santorini, onde moradores pedem restrições semelhantes às impostas em outras cidades europeias populares, como Veneza e Barcelona. A pressão pela preservação desses destinos vem aumentando, e o governo grego pretende implementar também medidas ambientais para enfrentar a escassez de água nas ilhas.
Outra medida anunciada é o aumento de impostos sobre aluguéis de curto prazo, como os do tipo Airbnb, principalmente no centro de Atenas, com o objetivo de liberar moradias para os residentes locais. As novas regulamentações devem ser detalhadas na próxima segunda-feira (9).
Com agências internacionais